Foi quando, no dia 5 de maio de 2003, vi os meus sonhos serem interrompidos quando um projétil me atingiu dentro da faculdade. Só fiquei sabendo que tinha sido vítima de uma arma de fogo no hospital. A bala entrou pela minha mandíbula e queimou a C1, uma parte do bulbo cerebral, e destruiu a C3 e a C4 na coluna cervical. Os médicos deram o diagnóstico aos meus familiares e as chances eram apenas de 1% de
sobrevivência. Fiquei cerca de um ano e nove meses na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Pró-Cardíaco, ao todo tive que me submeter a sete cirurgias. Nesse período reaprendi a viver, e coisas que eram banais se tornaram grandes conquistas, como quando voltei a me alimentar pela boca.
O convite para participar da vida política diretamente veio em 2010, mas só em 2012 depois que me formei em Serviço Social me senti realmente preparada e resolvi disputar minha primeira eleição. Fui eleita vereadora em 2016, depois de muito aprendizado. Acredito que através da política posso ajudar a transformar a vida das pessoas. Nesses meus primeiros quatro anos de vida pública, dediquei minha melhor energia para construir um mandato coletivo lutando arduamente por toda população da cidade, principalmente em favor dos mais vulneráveis que dependem dos serviços públicos.
Também alterei bastante a rotina do parlamento, toda a infraestrutura da Câmara passou por modificações se tornando mais acessível não só a mim, mas a todos os cariocas. O que eu desejo da vida é que ela continue me dando a oportunidade de cumprir minha missão que é ajudar e inspirar as pessoas a seguir em frente superando seus desafios.