André Esteves - Diretor Executivo do Instituto Cyclus - divulgação
André Esteves - Diretor Executivo do Instituto Cyclusdivulgação
Por André Esteves*
Recentemente avaliei uma pesquisa e ela apontava que cerca de 70% dos liderados demitiriam seus líderes. O resultado é alarmante. Demonstra, de forma clara e inequívoca, uma grande insatisfação da tropa em relação aos seus mentores.
Verdadeiros líderes são aqueles capazes de mobilizar times para um objetivo comum, inspirar e encorajar pessoas. Em momentos como o que estamos vivendo, essas características são ainda mais relevantes. Embora algumas pessoas acreditem que liderar é um dom, é fundamental saber que trata-se de uma competência essencial que pode, e deve, ser trabalhada de modo contínuo através de capacitação e orientação profissional adequadas. Todos podem ser líderes, basta querer e fazer por onde.
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Liderar é uma escolha diária, um exercício complexo que exige habilidades pessoais e profundo autoconhecimento para aprender com as falhas e aproveitar as oportunidades que as adversidades disponibilizam. É, também, uma possibilidade permanente para evolução, tanto pessoal quanto profissional. A liderança é técnica e comportamental.
O papel do líder, na tão desejada retomada, é entender que a adaptabilidade combinada com a reinvenção será a melhor maneira de enfrentar os desafios. Segundo pesquisa da Deloitte, multinacional norte-americana, apenas 25% dos entrevistados afirmam que suas empresas conseguem desenvolver líderes preparados para navegarem com eficácia no período pós-pandemia. Existe um longo caminho a ser percorrido.
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Um diagnóstico atual do perfil médio dos líderes, realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), mostra algumas características da liderança que estão incompatíveis com o contexto atual, a ver: alto foco em tarefas e pouco foco em desenvolver pessoas; falta de transparência e de relações de confiança; e baixa atenção no engajamento e motivação da equipe. Como consequência, identificamos alto turnover, retrabalho, falta de autonomia e baixa eficiência, entre outros problemas, que afetam a produtividade e a segurança psicológica dos colaboradores.
Os desafios da liderança na retomada são complexos. A começar pelo entendimento de que é necessário “produzir legado” no período atual. Ou seja, retornar às atividades abastecido de novas realidades e experiências que deem potência a sua performance e, consequentemente, a sua equipe. Condensei algumas dicas importantes e compartilho aqui com vocês: administre bem seu tempo pois a demanda será ainda maior que antes; cuide das pessoas com prioridade e transparência; motive o trabalho em equipe e o acervo de competência dos colaboradores; reavalie constantemente o seu papel de líder; foque nos resultados e não nos problemas. Exerça uma liderança de propósitos.
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Um dos objetivos mais estratégicos dos líderes é traçar diagnósticos. Nesse cenário, ganha destaque o gestor que faz uma conexão lúcida entre a realidade e o futuro. A dinâmica global mudou radicalmente em pouco tempo, o que faz com que a liderança tenha a necessidade de se reinventar para acompanhar esta nova realidade. Ao mesmo tempo um grande desafio e uma belíssima oportunidade.
 
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*Professor e diretor-executivo do Instituto Cyclus