Marcelo Queiroz - Gabriel Andrade
Marcelo QueirozGabriel Andrade
Por Marcelo Queiroz*
É em tempos de dificuldade, como este em que vivemos, que descobrimos com quem de fato podemos contar. E a Força Aérea Brasileira (FAB) está sempre pronta a dar a sua colaboração. Para citar apenas um exemplo relacionado à pandemia da Covid-19, a FAB vem transportando equipamentos, remédios e insumos. Em outra ação recente, o Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2°/10° GAV) - Esquadrão Pelicano, realizou o transporte de aproximadamente uma tonelada de alimentos para animais afetados pelas queimadas no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Uma semelhança une esses dois trabalhos: a condição que a FAB tem de chegar a locais de difícil acesso. Essa mesma capacidade será novamente importante daqui a poucos dias em virtude das eleições municipais, já que a Força Aérea leva as urnas eletrônicas para os pontos mais remotos do Brasil.

Das maiores cidades aos locais mais distantes, a área total sob a responsabilidade da FAB é de 22 milhões de km², considerando 12 milhões de km² (8,5 milhões do território nacional propriamente dito e 3,5 milhões da área marítima da Zona Econômica Exclusiva), mais 10 milhões de km² de águas internacionais, nos quais é feito o controle dos voos. Isso é mais do que o dobro da área de todo o continente europeu. Para cumprir as missões de controlar, defender e integrar esse gigantesco espaço, não por acaso chamado de Dimensão 22, a Força Aérea Brasileira realiza missões de caça, patrulhas marítimas, busca e salvamento, reconhecimento e transporte.

Monitorar uma área desse tamanho requer um investimento pesado em equipamentos. A FAB dispõe, entre outros, dos caças suecos E-39 Gripen NG, projetados para missões ar-ar, ar-mar e ar-solo; e a aeronave de transporte militar e reabastecimento em voo KC-390, além do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (Pese), que monta a estratégia de implantação de sistemas espaciais de defesa, dando às operações das Forças Armadas o suporte das aplicações espaciais de maneira coordenada e integrada.

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão da FAB, também vem trabalhando para garantir a segurança e a fluidez do tráfego aéreo que se fazem especialmente necessárias neste momento de crise em que ainda nos vemos limitados pela pandemia. Como uma grande mãe, do alto dos seus quase 80 anos de sabedoria, a Força Aérea Brasileira coloca a pátria sob a proteção de suas asas, contribuindo para o desenvolvimento nacional e o exercício da cidadania e da democracia.

*Marcelo Queiroz é advogado e professor universitário