Aristóteles Drummond, colunista do DIA - Divulgação
Aristóteles Drummond, colunista do DIADivulgação
Por Aristóteles Drummond
Políticos e militantes nas redes sociais perderam o foco da realidade que o Brasil e o mundo vivem e continuam em postura elitista, egoísta e diria até que cruel, dedicados ao ódio, à calúnia, à mesquinharia dos julgamentos, que levam desânimo à população que sofre.
A pauta do Congresso, do governo, claro, e da sociedade em geral deveria ser o drama provocado pela pandemia que agravou uma herança maldita na Economia e no poder público em todos os seus níveis. Temos reformas a serem feitas para o país ter condições mínimas de competir na captação de investimentos, no aumento da produtividade e no uso de novas tecnologias na atividade produtiva.
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Nossas indústrias andam sem investimento há décadas. Perdemos mercado para nossos manufaturados, passando a depender do agronegócio para o superávit na balança comercial. Mas, mesmo no setor, que vai bem pela eficiência do setor privado e agora com apoio oficial, com o desempenho admirável da ministra Teresa Cristina, da Agricultura, tem muita coisa a ser feita. A autossuficiência no trigo é meta a ser alcançada e mereceria mais espaço no debate nacional do que o mal uso de verba de gabinete dos deputados estaduais.
O sistema S acabou desvirtuado, pois os investimentos parecem ser mais dirigidos para atender à vaidade de seus dirigentes. Investimentos na Cultura, no entretenimento, em serviços de responsabilidade oficial, todos merecedores de apoio, mas não com o dinheiro destinado a melhorar nossa mão de obra, dando condições de acesso social e econômico à classe trabalhadora. Foi esta a ideia que inspirou Getúlio Vargas. Com o tempo, acabou se prestando ao peleguismo patronal, de mando e, por vezes, vitalício.
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Nada é feito para transmitir segurança jurídica – e política – no formidável pacote de concessões anunciado pelo ministro Tarcísio de Freitas, outro craque. O caso da Linha Amarela, no Rio, assusta. E com a interferência despropositada do Judiciário. As privatizações paradas.
Um prazer sádico ao explorar brigas entre ministros, pitos presidenciais em outros, acusações a políticos, magistrados, que, mesmo sendo verdadeiras, não chegam a lugar algum, pois foi montado um aparato jurídico para garantir a impunidade. E o Congresso tem pronto para votar a emblemática questão da segunda instância e não o faz.
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Um povo trabalhador, empresários arrojados, um enorme campo para explorarmos o Turismo em todo o território nacional, belos projetos de infraestrutura e só se fala em mimimi. Sociedade doente, povo sofrido e futuro sombrio, é o que se conclui. Uma pena!
Aristóteles Drummond é jornalista