Julio Cezar Rezende de Freitas, diretor de Produtos e Atendimento do Sebrae RJ  - Divulgação
Julio Cezar Rezende de Freitas, diretor de Produtos e Atendimento do Sebrae RJ Divulgação
Por Julio Cezar Rezende de Freitas diretor de Produtos e Atendimento do Sebrae RJ 

Uma pesquisa de 2019 do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), entidade internacional que afere o empreendedorismo no mundo, traz dados promissores sobre esse quesito no Brasil: o país é o 4º colocado num ranking de 55 nações com maior incidência de novos negócios. Os dados poderiam ser interpretados como positivos, mas exigem uma importante ressalva: 90% desses empreendedores abrem seus negócios motivados pela falta de empregos.

Isso explica, em parte, porque tantos negócios não prosperam no Brasil. Os empreendedores precisam conduzir seus negócios sob a coerção da emergência. Ou seja, têm de matar um leão por dia e deixam de lado, muitas vezes, a capacitação e a busca de ferramentas que lhe permitirão um planejamento e uma gestão mais profissional da sua atividade.

Analistas apontam que, em 2020, os indicadores de empreendedorismo devem crescer por conta da pandemia, que jogou milhões de brasileiros no desemprego. Isso quer dizer que há um contingente enorme de possíveis empreendedores que estão precisando e precisarão de apoio para abrir e manter seus negócios vivos daqui para frente.

Antes mesmo do isolamento social se impor como medida de combate ao novo coronavírus, o Sebrae RJ, por meio da sua Diretoria de Produtos e Atendimento, vinha trabalhando para se readequar a essa nova realidade. A área-fim da instituição ficou mais enxuta e adotou diversas inovações em processos e ferramentas tecnológicas que melhoraram o ambiente de suporte aos empreendedores nessa nova era de virtualização das relações.

À frente da Diretoria desde janeiro de 2019, tive a felicidade de conduzir esse processo de modernização a tempo de enfrentar a pandemia. Quando esta se instalou em março, já estávamos com toda a estrutura funcionando à luz da onipresença das Tecnologias da Comunicação e Informação. Não se trata, por óbvio, de medidas premonitórias. Era um cenário que já se desenhava para o futuro e vinha exigindo adaptações. O vírus só antecipou essa mudança de paradigma.

Mesmo antes da pandemia, mas principalmente depois dela, temos usado, no Sebrae RJ, ferramentas de vídeo, aplicativos de mensagem, redes sociais e uma série de outras plataformas tecnológicas como suporte na interação com empreendedores. Além de ter permitido agilidade no processo de orientação, consultoria e capacitação, esse modelo tem ajudado, a nós e aos empresários, a focar naquilo que interessa: eles, na condução diária dos seus negócios, e nós, a formatar projetos e transmitir conteúdos que façam a diferença nas suas vidas, como aqueles que se referem a acesso a crédito, digitalização dos negócios, legislação e obrigações tributárias, entre outros temas.

O momento que estamos vivendo ficará marcado como um capítulo ruim na nossa história, mas trouxe para o campo prático e objetivo aquilo que o filósofo Heráclito de Éfeso, o Pai da Dialética, já pregava cinco séculos antes de Cristo: "Nada é permanente, exceto a mudança". No que se refere ao apoio aos negócios, também entendemos que as mudanças e adaptações, com vírus ou sem vírus, devem ser inexoravelmente permanentes.

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