Kátia Souza - secretária municipal de Infraestrutura
Kátia Souza - secretária municipal de InfraestruturaDivulgação
Por Kátia Souza*
Ser mulher e liderar as grandes obras de uma cidade como o Rio de Janeiro, não seria uma tarefa fácil para qualquer pessoa, imaginem para uma mulher e servidora de carreira do município. O universo da engenharia é machista, mas aceitei, com muita honra o desafio de ser secretária municipal de Infraestrutura dessa Cidade Maravilhosa.
Não é fácil deixar no passado tradições milenares que traziam o formato de sociedade em que a mulher é responsável pelas atividades domésticas e criação dos filhos. Enquanto o homem ficava no papel único de provedor do lar. A passos curtos, muitas vezes em condições precárias, insalubres e desiguais, as mulheres, incansavelmente, buscaram seu lugar.
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De lá para cá, muita coisa mudou, mas essas mudanças ainda vêm acompanhadas de elevado grau de discriminação e desigualdade nas oportunidades e salários. A população brasileira é composta por 48,2% de homens e 51,8% de mulheres e o relatório “Mulheres, Empregos e o Direito”, do Banco Mundial, 2019, indica que 43% da força de trabalho do Brasil é constituída por mulheres.
O crescimento da presença do gênero feminino nas organizações tem trazido inúmeros benefícios. Quando uma mulher chega ao lugar que lhe pertence, ela tem o poder de mudar tudo ao seu redor. Falo sem medo de generalizar, pois esta é a grande faceta da mulher na liderança: igualdade. O McKinsey Study traz estudos que comprovam que as organizações com mais mulheres na liderança têm um resultado operacional 48% maior e um crescimento no faturamento 70% maior, quando comparado a média.
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A lista de estudos que comprovam que as mulheres têm obtidos melhores índices de desempenho é imensa. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), empresas que monitoram o impacto da diversidade de gênero na liderança reportam crescimento de 5% a 20% nos lucros. Temos alcançado resultados desde a base até o topo da pirâmide hierárquica, uma contribuição inquestionável. Somos capazes de integrar setores, alto poder de negociação com clientes e empatia. As mulheres inspiram, motivam, ouvem e lidam melhor com as emoções, energizando a rotina, promovendo equipes mais engajadas e ávidas por resultados.
E seguindo esse espírito, trouxe para fazer parte do time da SMI outras três servidoras municipais que ocupam os cargos de chefia do gabinete com a missão de elaborar e executar as grandes obras do município. Todas elas são líderes cariocas pela Fundação João Goulart. Um importante projeto que é focado no aperfeiçoamento do servidor, fazendo com que ele descubra talentos e interesses em diferentes áreas aumentando a produtividade da administração pública da Cidade do Rio de Janeiro.
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Estive à frente das obras Olímpicas e hoje minha meta é implementar ações que garantam a eficiência da infraestrutura pública, pensando na mobilidade, facilidade e assim na melhoria da qualidade de vida dos cariocas. A amplitude desta pasta nos faz repensar a cidade, como já estamos fazendo junto à Rioluz com o programa Luz Maravilha, uma PPP que está modernizando todo sistema de iluminação pública da cidade até 2022 com 450 mil pontos de luz de LED. A tecnologia vai garantir a troca de 35 mil postes, gestão inteligente da rede de iluminação, menor impacto ecológico e redução de 60% do consumo de energia.
Temos um longo e árduo trabalho pela frente. Recebi do “chefe” a missão de ajudar o Rio voltar a dar certo. Prezando acima de tudo a integridade, trabalhamos incansavelmente, com muita disposição, garra, entrega e dedicação. Vamos deixar a cidade melhor do que recebemos e entregar um belo legado em nossa passagem por aqui.
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*É secretária municipal de Infraestrutura