Otoni de Paula (PSC)Divulgação
Segundo os pesquisadores da Universidade de Oxford, 34% dos mais de 200 mil pacientes norte-americanos que tiveram a covid, e foram analisados no estudo, desenvolveram algum distúrbio neurológico até seis meses depois de terem se recuperado da doença. Entre as 14 enfermidades analisadas, ansiedade, depressão e transtornos de humor seriam as mais comuns, sem relação dessas sequelas com o quão leve ou grave foi a infecção.
Assim como todo o mecanismo que envolve a doença, ainda há muito a ser descoberto, mas já sabemos o suficiente para identificar, prevenir e tratar esses casos, evitando que essa “pandemia mental” gere um novo colapso no SUS. É preciso que as autoridades comecem, desde já, a preparar todo o sistema para essa nova fase, prevendo mais recursos públicos para ampliar o atendimento na ponta, contratar mais profissionais, e qualificar as equipes para o diagnóstico e tratamento de doenças crônicas.
Nesse contexto, não podemos esquecer do fundamental papel dos agentes comunitários de Saúde monitorando pessoas, se tornando peças-chave em qualquer plano estratégico que preveja conter o agravamento de uma “nova pandemia”. Sem o trabalho desses profissionais, será impossível saber quais os reais desdobramentos que essa doença ainda misteriosa deverá provocar na saúde da população. É preciso rever a importância da Estratégia de Saúde da Família nesse novo cenário, garantindo prevenção e tratamento adequados, principalmente, aos que não têm acesso aos grandes centros urbanos.
Outra lição que a pandemia vai nos deixar em se tratando de Saúde pública é a necessidade de diálogo entre as instituições. Em situações especiais como essa, em benefício dos cidadãos que contam com o SUS, todos devem compartilhar informações, visando ao melhor aproveitamento dos recursos e estruturas. Precisamos ainda realizar a gestão dos serviços em rede e adotar novas formas de remuneração, garantindo o reconhecimento justo dos profissionais que continuarão enfrentando longas jornadas de trabalho.
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