Sandro Cezar - presidente da CUT-Rio Divulgação

Por Sandro Cezar*
Quinhentas mil mortes. Sim, estamos chegando a um número inacreditável que não só assusta como deveria causar revolta em todos. É como se toda a população de São João de Meriti desaparecesse, ou a cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, sumisse do mapa. Podemos fazer inúmeras comparações como estádios de futebol lotados, aviões caindo, mas nada adianta. As sugestões valem somente para despertar para a tragédia que vivemos. Porque a dor é imensamente maior.
Meio milhão de pessoas que com certeza tinham famílias, amigos, planos. Meio milhão de pessoas que podiam estar vivas não fosse a imensa irresponsabilidade desse governo que deixou um vírus mortal se espalhar pelo país em mais uma atitude de passar a boiada claramente para defender seus interesses.
Não só temos convicção como já está comprovado que o presidente Bolsonaro negou inúmeras vezes as ofertas de vacina, inclusive com preços mais baixos do que os oferecidos a outros países. Mas foi muito rápido para aceitar a Copa América. Tudo isso são fatos consumados, mas qual será a nossa resposta?
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A reação precisa ser forte e firme nas ruas exigindo o impeachment de Bolsonaro. Precisamos mostrar para senadores, deputados, ministros do STF, autoridades e ainda àqueles que não conseguem enxergar por conveniência ou ingenuidade as atrocidades que esse governo vem fazendo com o país e consequentemente com a sua população. Essa luta é de todo o povo brasileiro. O momento também exige responsabilidade, caráter e moral. Não podemos mais esperar que alguma coisa será feita para barrar esse genocida. As vozes da rua precisam ecoar alto.
A sede de poder, no sentido mais amplo do autoritarismo desse governo, não se contenta em retirar direitos e atacar trabalhadores e trabalhadoras, minorias, políticas públicas, jogando milhares de famílias na miséria. Isso é pouco. Ele tem planos genocidas, com o presidente zombando da população classificando essa dor como “Cancelamento de CPF”, imitando pessoas com falta de ar, recomendando o não uso de máscara e promovendo aglomerações.
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Não é possível ser omisso diante desse quadro impressionante e insustentável que estamos vivendo. A Economia é um dos maiores termômetros. Enquanto o desemprego continuar batendo recordes, a queda da circulação da moeda continuará sendo fato, assim como o aumento acelerado das desigualdades em todas as suas faces.
Voltemos às ruas. É possível tomar todos os cuidados necessários que a situação exige. Assim como essa situação urge para a exigência do fim desse governo catastrófico. Por isso, as nossas vozes são tão importantes. O grito “Fora Bolsonaro” é a principal luta para o fim desse pesadelo real que estamos vivendo. As vozes vêm da rua, as vozes vêm do povo.
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*É presidente da CUT-Rio