Alfredo E. Schwartz, presidente da AeerjDivulgação
Não vai tão longe o tempo em que os camelôs expunham suas mercadorias em cima de lonas, que eles recolhiam para saírem disparados ao grito de “olha o rapa!”. Depois, passou a ser tolerado o comércio de rua, desde que sobre rodas, em carrinhos ou triciclos. E, passo a passo, fomos caminhando para os verdadeiros mercados em que se transformaram nossas ruas principais.
As comunidades foram crescendo, invadindo áreas devolutas, onde vão sendo erguidas edificações que, além de precárias, desfiguram a paisagem, sem nenhuma reação das autoridades responsáveis. Na maior parte das grandes cidades do mundo, as áreas montanhosas são as mais valorizadas, as florestas urbanas são preservadas, cuida-se para que os cursos d’água mantenham sua beleza. No Rio, ocorre o contrário: comunidades crescem escalando encostas e construindo nas margens de lagoas e rios, com a complacência das autoridades.
O turismo, uma das principais vocações da cidade, vem caindo muito com a má fama decorrente dos assaltos frequentes, embora Copacabana continue sendo um destino procurado por turistas de todo o Brasil e do mundo.
A lei manda que seja obedecida ordem cronológica para o pagamento das dívidas dos órgãos da administração pública, o que vem sendo sistematicamente ignorado pelo prefeito. Também não poderiam haver licitações para novas obras, pois estas contratações iriam redundar em faturas que não poderiam ser liquidadas e pagas antes da quitação dos restos a pagar pendentes.
O prefeito paga a quem quer e quando quer, e os critérios de escolha das faturas que são pagas não são revelados. E continua a afirmar que está auditando todos os compromissos da prefeitura. Nenhum órgão do governo responde a pedidos de informações sobre o andamento destas auditorias.
Segundo dados da Prestação de Contas do primeiro quadrimestre, publicados pela Controladoria Geral do Município, o valor total dos restos a pagar era, em números redondos, R$ 3 bilhões. No quadrimestre, foram pagos R$ 1,2 bilhão em títulos processados, e R$ 480. milhões em títulos não processados, e foram cancelados R$ 280 milhões.
Mas, voltando a assuntos mais agradáveis, o outono deste ano tem nos proporcionado dias luminosos. Cada nascer do sol nos convida a acreditar que tudo vai melhorar, que vai ser todo o mundo vacinado, que a pandemia vai passar. Só não dá para acreditar que os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário vão começar a cumprir o seu papel com sabedoria e honestidade. Aí também já é querer demais!
No mais, é usar máscara, álcool 70º, evitar aglomerações, tomar a vacina. Até o próximo artigo.
*É presidente-executivo da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ)
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