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Por Leandro Monteiro*
O primeiro Corpo de Bombeiros do Brasil, hoje denominado Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), celebra, nesta sexta-feira, seu aniversário de 165 anos. Desde sua fundação, há mais de um século e meio, suas missões foram se tornando cada vez mais complexas. Enfrentamos desafios que incluem não somente se adaptar às restrições e novas demandas trazidas pela pandemia, mas também apresentar soluções práticas e imediatas para a superação de obstáculos e, de quebra, para a plena adequação às novas tecnologias que chegaram muito mais rápido do que pensávamos.
Vencer desafios faz parte da rotina de trabalho do CBMERJ, só que com um grande detalhe que faz toda a diferença: o serviço em questão. Afinal de contas, como já diz o slogan da corporação, temos, todos os dias, todas as horas, "Vida alheia e riquezas salvar".
É lugar comum afirmar, porém, sempre importante lembrar, que o país está em meio a uma das maiores crises sanitárias de todos os tempos, o que impõe sérias mudanças operacionais, tanto da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, quanto do Corpo de Bombeiros, para atender os "chamados" do dia a dia, sem, no entanto, colocar em risco a excelência que queremos para o futuro.
Assim que assumi o comando do CBMERJ e a Secretaria de Defesa Civil, em outubro passado, a primeira ação foi apoiar de imediato os processos de combate à covid-19. Também apoiamos a entrega de vacinas em todo Estado. Além disso, disponibilizamos quartéis localizados em pontos estratégicos da cidade do Rio de Janeiro para imunizar a população. Já foram mais de 55 mil doses aplicadas.
Nossas obrigações vão além dos 149.301 atendimentos em todo Estado somente nos primeiros seis meses deste ano. Nesse período, atendemos uma média de 852 ocorrências diárias e foram prestados 24.812 socorros no trânsito; 23.618 operações marítimas, terrestres e aéreas; 16.727 combates a incêndios; 1.131 escapamentos de gás e explosão; 24.621 atendimentos pré- hospitalares; 6.771 recolhimentos de cadáveres; 4.488 eventos relacionados a chuvas; 3.938 apoios operacionais a outros órgãos e, pasmem, 40.178 trotes.
Por trás dessas vidas salvas e atendimentos prestados, existem investimentos pesados em treinamento, capacitação e qualificação de nossa tropa de bombeiros para que seu trabalho obtenha os resultados que a sociedade espera. A aplicação de novas tecnologias e a atualização dos equipamentos precisam ser constantes a fim de melhorar a eficiência de nossos profissionais para que eles possam, assim, realizar suas missões em segurança, com mais rapidez e assertividade, itens fundamentais de nossa atuação, em que poucos minutos, podem fazer a diferença entre a vida e a morte de pessoas ou evitar a destruição de patrimônios.
Tenho a firme convicção de que esse é o caminho que devemos seguir para continuar realizando bem o que nos cabe fazer. Estar a postos, firmes e fortes, para quando a sociedade precisar de nossa corporação a resposta seja imediata e eficiente. É isso que a população fluminense espera, e merece.
Hoje, portanto, é fundamental que a corporação se adapte não só ao "novo normal" estabelecido pela pandemia, mas que também se insira dentro do processo de transição no qual a humanidade está passando. Nós, que optamos por servir a população do Estado, temos mais do que a obrigação, temos a missão de sermos parte ativa nesse processo de transformação constante e cada vez mais rápida. Sem parar um minuto. Há 165 anos.
*É secretário de Estado de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro
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