Wagner Cinelli de Paula Freitas é desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Divulgação
Restrição da mobilidade e isolamento social são algumas das causas apontadas para o aumento da vulnerabilidade da mulher no lar. Afinal, o maior convívio com o companheiro abusivo a expõe a mais violência e também compromete sua liberdade de ação para pedir ajuda.
Pensando nisso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), em junho de 2020, lançaram a campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica. Um sinal vermelho apresentado por uma mulher, em locais como farmácias, agências do Banco do Brasil e órgãos públicos, é o código de que precisa de auxílio contra um abusador.
O sinal vermelho é um “X” e pode ser feito com batom ou caneta na palma da mão ou em um pedaço de papel. Ao vê-lo, a pessoa que estiver atendendo essa vítima fará contato com a autoridade policial.
A campanha ecoou em diversas Casas Legislativas estaduais, que transformaram o sinal vermelho em lei, como Acre (Lei 3.736/2021), Distrito Federal (Lei 6.713/2021), Espírito Santo (Lei 11.243/2021), Goiás (Lei 21.001/2021), Paraíba (Lei 11.779/2021), Paraná (Lei 20.595/2021) e Rio de Janeiro (Lei 9.201/2021).
A AMB, sensibilizada com a temática, preparou o Pacote Basta, que contém medidas de combate à violência contra mulher e uma de suas proposições era a criação do Programa de Cooperação Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica. Esse pacote foi entregue ao Congresso Nacional e resultou na Lei 14.188, de 28 de julho de 2021. Decerto que as iniciativas dos entes estaduais e municipais foram importantes, mas a lei federal dá ao Sinal Vermelho um impulso universalizador.
O sinal vermelho, como qualquer boa ideia, precisa ser popularizado. Só assim as vítimas saberão que têm esse instrumento à sua disposição e, quando usá-lo, a pessoa do outro lado do balcão entenderá a mensagem.
Estejamos atentos ao sinal vermelho e a qualquer outro pedido de socorro. Pode ser a diferença entre a vida e a morte, seja durante a pandemia, seja depois dela.
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