Yedda Gaspar, presidente da Federação dos Aposentados do RioReginaldo Pimenta

Vereadores, deputados ou senadores são eleitos para criar leis que melhorem a qualidade de vida da população, mas nunca para retirar direitos conquistados a duras penas. Infelizmente, é isso o que está pretendendo o deputado federal bolsonarista João Campos (Republicanos/Goiás). Ele apresentou projeto alterando a idade dos considerados idosos, no Estatuto do Idoso, de 60 anos para 65 anos. Vamos pedir reação imediata de todas as instituições de defesa dos idosos e ao povo goiano para não reeleger este parlamentar.
Ainda esta semana, estamos encaminhando e-mails a todos os deputados federais e senadores cobrando a não aprovação do projeto e estamos entrando em contato com todas as federações de aposentados do país e com a nossa confederação, a Cobap, para organizar uma grande mobilização no Congresso Nacional. Se não estivéssemos em meio a uma pandemia, com toda certeza, estaríamos nas ruas contra este cruel projeto do deputado João Campos.
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A justificativa do parlamentar para a mudança na idade para se considerar idoso no estatuto cai por terra com uma simples análise do que realmente acontece no país. A idade de 60 anos é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os idosos nos países em desenvolvimento e 65 anos nos países desenvolvidos e qualquer pessoa sensata, com um mínimo de esclarecimento, sabe que o Brasil ainda não é um país de primeiro mundo.
Outro argumento furado do deputado de Goiás é o de que a cada ano aumenta a expectativa de vida, com qualidade, dos brasileiros. Ora, uma pessoa de 60 anos no interior do Norte ou Nordeste tem uma qualidade de vida muito pior do que uma que é criada e vive no Sul do país. Além disso, aos 60 anos, os que têm plano de saúde pagam mais caro, muitos já estão tomando medicamentos de uso contínuo e centenas de milhares de pensionistas já estão com uma renda familiar pela metade, por causa da famigerada Reforma da Previdência.
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Perder mais direitos, como a gratuidade na passagem de ônibus ou metade de uma entrada nas poucas horas de lazer é de uma maldade sem tamanho. É preciso que os colegas do senhor João Campos, no Congresso, barrem mais esta tentativa de retirada dos nossos direitos. Afinal, eles foram eleitos para trabalharem pelo e não contra o povo.
Yedda Gaspar é presidente da Federação das Associações dos Aposentados do Estado do Rio de Janeiro (Faaperj)