Deputado Dr. Luizinho (PP-RJ)Divulgação

O avanço da variante Delta no país e o crescente número de vacinados com duas doses, sobretudo idosos, que estão sendo infectados e internados em estado grave com a doença, impõem às autoridades públicas duas medidas urgentes: a antecipação da segunda dose das vacinas e a aplicação do reforço da terceira dose em pessoas acima de 70 anos e com comorbidades.

As mortes do ator Tarcísio Meira, do cantor Agnaldo Timóteo e do carnavalesco Laíla, só para citar os mais notórios, soaram o alarme de que é preciso agir diante de uma realidade para qual não é mais possível fechar os olhos.

Estudo conduzido pela Fiocruz com pesquisadores do Observatório Covid-19 BR já detectou um aumento de internações de idosos com covid nas últimas semanas sobretudo nos acima de 80 anos. E a Universidade de Oxford mostrou que uma terceira dose da vacina AstraZeneca aumenta as respostas imunes de anticorpos e de células T.

No Brasil, os idosos e portadores de comorbidades foram os primeiros a se vacinar, já se vão sete meses, e a maioria deles só encontrou a CoronaVac e AstraZeneca nos postos de Saúde. Tratam-se de excelentes vacinas, mas conforme o tempo passa, a quantidade de anticorpos produzidos cai e, com isso, a capacidade do corpo reagir ao vírus. Logo, está na hora do reforço. Já há estudos que mostram que a combinação de diferentes vacinas também é eficaz.

Não faz nenhum sentido estarmos começando a vacinar jovens de 20 anos, cuja resistência natural ao vírus é infinitamente superior que a dos mais velhos, enquanto deixamos seus avós à mercê da sorte - e, pior, com a falsa impressão de que estão protegidos.

Da mesma forma, urge também que seja antecipada a aplicação da segunda dose, reduzindo o intervalo entre elas. Pois embora já tenhamos 50% da população vacinada no Brasil com a primeira dose, não chegam a 30% os imunizados com a segunda dose. A decisão de reduzir o intervalo entre elas já foi tomada por vários estados (o Rio, inclusive), mas, infelizmente, nem todos os municípios seguiram a orientação das secretarias estaduais.

Já está provado que as vacinas só são eficazes contra a variante Delta com as duas doses aplicadas. O Rio é o epicentro dessa cepa, muito mais agressiva e contagiosa. Os hospitais estão voltando a ficar lotados e, enquanto isso, há estoques de imunizantes guardados.

Diante da variante Delta, que é o fator novo, uma nova estratégia precisa ser implementada. Só quando chegarmos a 70% da cobertura de vacinação com a primeira, a segunda e a terceira doses de reforço em pessoas acima de 70 anos e com comorbidades vamos nos livrar dessa doença. Pois embora muita gente esteja achando que a pandemia acabou, estamos longe disso. Ou tomamos as providências necessárias para deter esse inimigo invisível ou ele vai novamente ganhar terreno, nos levar às cordas e provocar ainda mais mortes.
Doutor Luizinho é deputado federal (PP-RJ) e preside a Comissão Externa do Coronavirus da Câmara