Opinião 13 outubroArte Paulo Márcio

A primeira partida de futebol com grande presença do público no Maracanã, realizada pela Libertadores, reunindo mais de 23 mil torcedores, em 22 de setembro, mostrou que, com o avanço da vacinação e o respeito a todos protocolos sanitários, é possível, sim, retomar as atividades esportivas no nosso estado, trazendo de volta à sociedade um de seus principais elementos de lazer e entretenimento. Críticas à parte, estamos reaprendendo a conviver com uma nova realidade. Portanto, cada evento trará experiências válidas que devem ser avaliadas, proporcionando a segurança necessária para o público e todos os envolvidos.

Além de desempenhar indiscutível papel social, através de projetos de inclusão, o esporte reúne enorme cadeia produtiva que envolve marcas, produtos, venda de ingressos, entre outros, representando importante ativo econômico, que gera emprego e renda, e foi drasticamente afetado pela pandemia. Assim como o setor cultural, que está retomando as atividades gradualmente, precisamos deixar as pequenas diferenças ¨fora de campo¨ e nos unirmos para reverter os prejuízos causados por esse momento único da nossa história.

A necessidade urgente de reabertura dos estádios para o público é somente a ponta de um enorme iceberg. Estudo da consultoria Ernst & Young estima que o prejuízo no futebol seja superior a R$ 1 bilhão. Em outras modalidades, o cenário pode ser bem pior. Com o impacto na Economia, muitas empresas e clubes retiraram seus patrocínios e mais de 40% dos atletas brasileiros que representaram o nosso país nas Olimpíadas de Tóquio tiveram que recorrer a vaquinhas para arrecadar dinheiro ou conciliar os treinos com um emprego.
Mesmo assim, batemos recordes de medalhas olímpicas nessa edição. Uma prova de que, se retomarmos agora os eventos esportivos, são grandes as chances de superarmos essa marca nos próximos jogos.

Paralelamente, a realização de eventos esportivos tem impacto direto no turismo, setor essencial para a retomada da Economia no Estado do Rio de Janeiro. Além dos benefícios gerados através da compra de bens e contratação de serviços locais, tais eventos criam inúmeras oportunidades de ocupação num momento em que o desemprego assola não somente o nosso estado, mas todo o país.

Como representante público, e defensor dos esportes, tenho o dever de levantar essa bandeira. Não dá mais para assistir a crise da arquibancada. Precisamos torcer pela recuperação da nossa Economia, pela sobrevivência de nossos atletas, pela volta de projetos esportivos assistenciais que orientam novos caminhos para os mais vulneráveis. É hora de voltarmos para o jogo, criarmos divisas, e levarmos a alegria do esporte ao povo, com toda a segurança.
 
Ronaldo Anquieta é deputado estadual pelo MDB e presidente da Comissão de Esporte e Lazer da Alerj