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Novembro será um mês dedicado a campanhas de diminuição da violência contra a mulher. Vamos chamar a atenção da população para o combate a este tipo de crime. Os números do Dossiê Mulher, do Instituto de Segurança Pública (ISP), mostram que mais de 98 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica e familiar no estado no ano passado e um total de 78 casos de feminicídios. Números assustadores.

Por isso, lutar contra esse crime é um desafio de todos nós como sociedade e, para a Guarda Municipal do Rio, se tornou uma missão que nos enche de orgulho. Desde 8 de março deste ano, Dia Internacional da Mulher, a GM-Rio passou a atuar de forma mais abrangente nesta causa. Foi criada a Ronda Maria da Penha, que consolidou a integração da instituição na rede de proteção à mulher.

O efetivo que está nas ruas sempre atuou, de acordo com as atribuições legais da instituição, em flagrantes de violência contra a mulher, como no caso da prisão feita por nossos agentes da Guarda Marítima do ex-marido de uma juíza, acusado feminicídio, na véspera do Natal de 2020, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

A Guarda Municipal segue atuando nas ações em flagrantes, que são a ponta do iceberg desse tipo de crime, tendo em vista que a maioria das agressões começa de forma velada dentro das residências. Hoje, com a Ronda Maria da Penha, a GM-Rio vai além e atua na prevenção, dentro da casa das vítimas, com o objetivo de impedir que as agressões se repitam ou que os casos evoluam para crimes de maior gravidade.

De março até o 3 de novembro, a Ronda Maria da Penha da GM-Rio assistiu 517 mulheres e realizou 3.040 acolhimentos, que se caracterizam pelo atendimento humanizado em visitas domiciliares e telefonemas. Neste período, também foram feitas 14 prisões em flagrante. A Ronda Maria da Penha é ocorre em parceria com Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) e já conta com 55 guardas municipais atuando efetivamente.

Todos os agentes foram capacitados e trabalham na verificação do cumprimento de medidas protetivas deferidas por juizados de violência doméstica e familiar contra mulheres na capital. Após receber a notificação do Juizado, os guardas vão até a residência da mulher para verificar se as medidas estão sendo cumpridas pelo agressor. Não se aproximar da vítima, não manter contato ou não frequentar determinados lugares estão entre as medidas mais utilizadas para evitar a repetição da violência.

Um dos maiores ganhos destas ações é saber que os guardas municipais estão fazendo diferença na vida e na família dessas mulheres. Elas se sentem protegidas, acolhidas e seguras, porque sabem que podem contar com a ajuda de agentes públicos que sempre vão se empenhar para protegê-las. Isso também faz uma enorme diferença para os nossos agentes, que se tornam mais humanos. Essa é a Guarda Municipal que sempre queremos ser para a população carioca.
 José Ricardo Soares é comandante da Guarda Municipal do Rio de Janeiro