Arte coluna opinião 14 março.jpgArte Paulo Márcio
Getúlio Vargas nunca foi grosseiro com opositores, embora alvo de inqualificáveis acusações, que o tempo revelou realmente indignas. Aguardou, sereno, o julgamento da história. Seu opositor na eleição de 1950, o
Brigadeiro Eduardo Gomes, que já havia sido derrotado pelo Marechal Dutra, era homem de exemplar dignidade, não se tendo notícia de palavras ou comportamento inadequado. Carlos Lacerda, o mais brilhante
orador e parlamentar, polêmico, agressivo, podia exagerar, mas dentro de seu reconhecido brilhantismo. Não era grosseiro, tosco, deselegante.
Luiz Carlos Prestes foi um homem ameno no trato, sem prejuízo de seu stalinismo, o que, no fim da vida, revelou em elegante debate na TVE com Roberto Campos. Poucas vezes na história republicana se soube de
presidentes usando – e abusando – de palavreado chulo, incompatível com o cargo. A presidente Dilma, segundo dizem, abusava do palavreado de baixo calão, mas não se tem notícia de se comportar desta maneira em público.
A qualidade das bancadas vem caindo e fugiu ao controle em 2018, com esta safra rica em despreparados, inconvenientes, equivocados e até mal-intencionados. Daniel Silveira e Arthur do Val são dois exemplos entre muitos outros.
Os democratas, de fato, sejam de esquerda, centro ou direita, devem se unir na defesa do rigor na elaboração das chapas e cobrar do TSE cumprimento da lei da ficha limpa, que já falam ser o novo golpe dos que desmontaram a Lava-jato. Não é possível que a democracia pague pelas omissões dos bons. Tem muita gente boa, de todas as tendências, com ou sem mandato. Este é o desafio de outubro aos políticos e, principalmente, ao eleitor, que vota por impulso, sem saber em quem está votando.
O Brasil tem muitos desafios pela frente. O progresso está plantado e visível, caso não se lance o país numa aventura ou na repetição do que não deu certo, mesmo que por diferentes motivos. Precisamos de gente respeitada e respeitável.
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