Isa ColliDivulgação
Crianças aprendem mais rápido a lição que os adultos parecem ignorar. Um estudo divulgado pela Agência Brasil - o Mapa da contaminação - revelou que produtos químicos e radioativos foram encontrados em testes feitos com água da torneira em 763 cidades brasileiras. Um verdadeiro absurdo.
A pesquisa mostra, ainda, que todos nós bebemos pequenas doses diárias de substâncias químicas e radioativas. São agrotóxicos e outros resíduos da indústria que se misturam aos rios e represas. Alguns especialistas defendem que não há risco se elas estiverem dentro do limite regulamentado. Outros argumentam que as doses aceitas no Brasil são permissivas, pois são bem mais altas do que as da União Europeia.
Os dados são resultados de testes feitos por empresas ou órgãos de abastecimento e enviados ao Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano), do Ministério da Saúde. Os testes são feitos após o tratamento e a maioria dessas substâncias não pode ser removida por filtros ou fervendo a água.
A contaminação contínua, cenário de maior risco, ocorreu em 82 cidades do Brasil. O Rio de Janeiro viveu um drama recente com água para consumo contaminada com geosmina, substância que deixava a água apresentando forte cheiro, coloração turva e um gosto desagradável por semanas. Logo a água que aprendemos desde pequenos que é insípida, inodora e incolor. Foi um caos. Um ano depois, o estado voltou a ter problemas de cheiro e gosto de terra na água fornecida.
Voltando à história da nuvemzinha ambientalista, desejo que os adultos sigam o exemplo das crianças e reconheçam a importância da água para a nossa sobrevivência e a do planeta.
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