O Brasil, romanticamente, tem tido uma postura elitista, egoísta, de privilegiar como pauta nacional temas de sentido ideológico e político, quando a urgência é o emprego, a produtividade, a qualidade da mão de obra e a simplificação tributária
As responsabilidades dos governos na condução do processo de desenvolvimento econômico e social das nações devem obedecer a princípios da liberdade, criatividade de empreender. O planejamento oficial deve se limitar a poucas áreas, na infraestrutura, como energia, estradas, portos e tecnologia. O resto fica por conta da iniciativa privada, regulada com critérios e transparência.
Os países que se desenvolveram nos últimos cem anos o fizeram dessa forma, alguns até, como os EUA, com certa falta de planejamento na infraestrutura, que provocou um represamento de investimentos em setores fundamentais. Mas a riqueza da Nação e da população ficou mesmo por conta da maior liberdade para empreender.
Hoje, nosso país carece de um projeto que contenha os gastos públicos, que pedem um pente fino para valer nos orçamentos da União, estados e municípios, atenção à inflação, fertilizantes e irrigação. Além disso, precisa liberar para valer a cabotagem, que no papel já foi liberta de restrições, mas que precisa se tornar realidade logo.
Caso flagrante de que o planejamento deve estar presente, para orientar e facilitar o investimento privado, é o energético. O governo Figueiredo foi o último a ter um programa de médio prazo. E parte dele não cumprido até hoje, como o aproveitamento do Tapajós e Cotingo, em Roraima, que o presidente Bolsonaro chegou a cogitar de liberar, e ficou apenas nas intenções.
A liberdade mais importante é a que leva ao bem-estar social e pessoal. O Brasil, romanticamente, tem tido uma postura elitista, egoísta, de privilegiar como pauta nacional temas de sentido ideológico e político, quando a urgência é o emprego, a produtividade, a qualidade da mão de obra e a simplificação tributária. No mais, liberdade de imprensa, direito de ir e vir, respeito à propriedade, estímulo e não punição ao lucro, num pacto de trégua nos embates político-ideológicos, em benefício do povo, que sofre, e das elites desanimadas, com o baixo nível do debate nacional, em evidente retrocesso.
Temos de fazer tudo ao contrário do que a América Latina vem fazendo, inclusive nós, que sabemos não levar ao progresso e muito menos à democracia. Ruínas de países povoam o continente, desde o importante México, a estagnada América Central, aos nossos equivocados irmãos argentinos, peruanos, venezuelanos e chilenos. Se este projeto “bolivariano” na linha petista fosse bom estes países seriam prósperos e não estariam mergulhados em crise econômica e social.
Os efeitos do desastroso governo Dilma são inquestionáveis e nem o PT assume a cumplicidade. E as esquerdas não perdoam o governo Médici pelo crescimento anual acima de 10%, insistindo neste martelar de "anos de chumbo", quando foram "anos dourados" na verdade.
Nossas elites não são as camadas mais abastadas da sociedade, mas sim as mais experientes e cultas, no sentido do fazer bem e fazer o bem, com realismo e honestidade. Vamos tentar melhorar a pauta nacional. No atual nível, não teremos como atrair nem um pouco do capital que tanto precisamos ver investidos, vindo de fora ou da poupança interna, que, além de pequena, anda fugindo de nossas incertezas.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.