Wagner Cinelli de Paula Freitasdivulgação
Homens abusivos existem em toda parte. Mas uma questão por vezes levantada é se essas agressões contra as mulheres acontecem em todas as classes sociais. A história de Peter indica que sim. Afinal, ele é milionário e, infelizmente, não está sozinho na lista de magnatas feminicidas.
Alun Phillips, herdeiro de grande fortuna, afogou a esposa Nadine na banheira de sua residência em Fulham, Londres. Outro caso emblemático na capital inglesa foi o do multimilionário Robert Ekaireb, condenado à pena de prisão perpétua pelo assassinato da esposa grávida. Em Paris, o empresário Ian Griffin espancou a namorada Kinga Legg até a morte em um quarto de hotel cinco estrelas. Em Sidney, Andrew Kalajzich, empresário bem-sucedido do ramo hoteleiro, foi condenado a 25 anos de reclusão pela morte da esposa.
A violência contra a mulher ocorre em todos os lugares e, como visto nos exemplos, as pessoas mais abastadas não estão excluídas dessa estatística. Em verdade, se formos mergulhar nos enredos, os casos destacados acima costumam trazer elementos que não fazem parte da vida dos financeiramente desfavorecidos, como disputa por bens em partilha de divórcio. Alguns desses endinheirados, para aumentar a surpresa geral, matam o cônjuge e ainda tentam receber a indenização do seguro de vida.
Entretanto, é consenso que, embora a violência de gênero ocorra em todas as classes, as mulheres em maior desvantagem social, notadamente as que estão expostas à pobreza e sem acesso à Educação, estão mais sujeitas ao jugo dos homens abusivos que entram em suas vidas.
Vencer os obstáculos que favorecem essa violência é um desafio e o caminho passa pela Educação, que abre portas para oportunidades de trabalho, refletindo no status social e econômico, bem como no empoderamento feminino. Seguir essa diretriz permitirá que um dia tenhamos uma sociedade em que a igualdade não esteja apenas proclamada em suas leis escritas, mas realizada no cotidiano de todas as pessoas. Como disse Malala Yousafzai, ativista e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz: “Tudo que quero é educação e aí não tenho medo de ninguém”.
Quanto às vítimas que já têm alto nível de escolaridade, que costuma ser o caso das pessoas ricas, o principal desestímulo aos seus agressores deve vir mesmo do último recurso de que a sociedade dispõe, que é o malhete e a prisão.
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