opina13junARTE O DIA

É preciso não esquecer os grandes exemplos de dignidade, correção e dedicação a causas nobres da vida pública, especialmente de nosso meio. Os políticos têm sua banda respeitável e que honra o legado de homens excepcionais. Tive a oportunidade de conhecer no início de minha vida de jornalista alguns personagens admiráveis, dignos, eleitos sem gastos e apelos demagógicos, reconhecidos
por um eleitorado que era também mais seletivo, mais consciente.
Homem com odores de santidade e cinco mandatos pelo Rio de Janeiro, Eurípedes Cardoso de Menezes não é para ser esquecido. Foi pastor protestante e, convertido ao catolicismo, o maior nome católico no Congresso Nacional, onde pontificavam na mesma época outros admiráveis como o Monsenhor Arruda Câmara, de Pernambuco.
Jornalista desde os anos 1930, na trincheira democrática combatendo as ideologias totalitárias e contrárias à religião, foi titular por quatro décadas de importante programa na Rádio Nacional, de temas cívicos e de ética moral para as famílias. Homem sem vaidades, ao perder a sexta eleição, elegeu-se vereador no Rio, em 1976, tendo sido líder do excelente prefeito Marcos Tamoyo.
O Rio, capital da República e depois Estado da Guanabara, teve uma representação política do melhor nível, em quase todas as legendas. Na mesma safra de Eurípedes, tivemos o surgimento de um grupo de jovens da PUC, como Célio Borja e Nina Ribeiro; intelectuais como Gladstone Chaves de Melo, Augusto do Amaral Peixoto; na Assembleia, federais como engenheiro Veiga Brito, autor da obra do Guandu e presidente do Flamengo; educador como Flexa Ribeiro, Nelson Carneiro, por 30 anos; um monumento de estadista em Gilberto Marinho, senador de dois mandatos impecáveis e presidente do Senado.
E recentemente políticos do alto nível de Roberto Campos e Francisco Dornelles . Aliás Roberto Campos ao disputar o Senado em 1998 legou seu numero 1111 para o então jovem promissor Julio Lopes, que honra este legado.
Existe uma nova geração de qualidade como o deputado Marcel Van Hattem do Novo gaúcho. Na hora de votar que se aproxima, é o momento de se buscar gente como Eurípedes Cardoso de Menezes, inclusive entre os atuais que aparecem pouco, mas trabalham muito. Não se deve trocar o certo pelo duvidoso, mas ter muita atenção para votar consciente, em quem tem vocação, dedicação e serviços prestados.
O Brasil precisa de gente nível para sair destra crise de qualidade que afeta a crença na democracia. Gente do bem e não do ódio e do ressentimento.
Aristóteles Drummond é jornalista