Maria Dolores Alves Divulgação

No Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, que acontece 21 de setembro, creio que a palavra de ordem seja coragem. Todavia, não precisamos de uma coragem qualquer: precisamos daquela coragem que incendeia a alma e nos põe, mesmo com calma, a marcha contínua, a passos curtos ou largos, a braçadas lentas ou vigorosas, mas sempre seguimos no movimento, no nado, no voo, no passo, descompasso, na reconstrução, na luta, na ação com “coração”.
Vivemos em um país com o maior quantitativo de leis em defesa dos direitos das pessoas com deficiência, contudo, há pouca ou morosa efetivação. Temos desde decretos, normativas, estatutos, regimentos, cartilhas, cursos, mas pouca atitude!
Sabemos que esta data foi criada para conscientizar a sociedade sobre a importância de legitimação, reconhecimento e valorização da diversidade. Nisto, é preciso entender que incluir o outro que é diferente de mim - todos somos - é olhar-se no espelho e ter a coragem de perder o medo de nossas certezas. Aprender a aceitar nossas vulnerabilidades, descobrindo nossas potencialidades.
Compreender que o “normal” e o “perfeito” não existem e, somente o que é diferente e diverso, nos provoca a nova rima e outro verso. Ou seja, aprendemos, nos reconstruímos e crescemos quando nos pomos a marcha e descortinamos o mundo interno e externo que desconhecíamos, ‘nosso e do outro”. Assim, o desconhecido se faz um novo laço de interdependência que me promove a resiliência.
Ser diferente é ser normal, ser igual é imoral. A diferença, a nova experiência, o descobrir um outro modo de ser, de conviver e ser, é o que promove a um novo modo de aprender. Deste modo, quando há preconceito, bloqueio, freio, há resistência ao movimento de inclusão criação e renovação da vida através dos laços e enlaces com a diversidade; a primavera não pode florescer e a sociedade não pode crescer.
É tempo de conscientizar e transformar atitudes. Pessoas com deficiência não precisam de caridade, precisam de justiça social e equidade! Que o princípio da isonomia presente na Constituição Federal seja efetivado: “Tratai desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades”.
Deste modo, promover acessibilidades em todos os níveis e espaços é um dever do Estado e de toda sociedade. Uma sociedade inclusiva promove espaços equânimes para qualquer sujeito, para que possam viver, conviver e bem viver. É a sociedade do florescer e fortalecer.
Maria Dolores Fortes Alves é doutora e mestre em Educação, especialista em Educação em Valores Humanos e em Distúrbios de Aprendizagem