Marcos Espíndola - advogado criminalistaDivulgação

Não foram poucos os episódios tensos que presenciamos ao longo da campanha e até mesmo antes dela, principalmente na disputa para presidente, com o clima de polarização consolidado nos últimos anos. E o que vimos no último domingo em todo o país foi a população em peso num ato cívico que declarou a primeira grande vitória desse pleito, que foi a democracia.
O parágrafo único do Artigo 1º da Constituição diz que todo o poder emana do povo, exercido por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da constituição. E os brasileiros, pacificamente, fizeram suas escolhas, dando grande exemplo de cidadania. Mesmo diante de alguns erros grosseiros dos institutos de pesquisa, o que prevaleceu e foi soberana foi a vontade do povo que não se influenciaram.
Desde logo cedo, com a abertura das primeiras zonas eleitorais, as pessoas já estavam lá, muitas vestidas com as camisas de seus candidatos, porém de forma harmônica, sem nenhum episódio que desabonasse o ato cívico. E esse é o maior benefício de um Estado Democrático, que também segundo a própria Carta Magna, assegura o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança e o bem-estar a cada cidadão brasileiro.
Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, mesmo com algumas zonas eleitorais apresentando grandes filas e demora para a votação, o povo demonstrou serenidade e resiliência, aguardando a sua vez, mesmo comprometendo seu domingo de descanso. Muitos ficaram mais de três horas na fila, mas o compromisso com a democracia falou mais alto.
O próprio resultado das urnas no âmbito nacional, ou seja, no que diz respeito a vaga para a Presidência, cuja a disputa certamente é a mais inflamável do período pós redemocratização, representa o valor da liberdade de um povo que pode se expressar e, através do voto, se posicionar da forma que entende ser a melhor para si e para o coletivo.
Agora, caminharemos rumo ao segundo turno, com a expectativa de que o clima se repita e que os mais de 156 milhões de eleitores aptos a votarem em todo o país possam dar mais um exemplo de cidadania. E que aqueles que se abstiveram no primeiro turno (20,94%) possam se juntar aos demais brasileiros e participar dessa grande festa cívica proporcionada por um país que é uma das quatro maiores democracias do mundo.
Todos juntos pela democracia.
Marcos Espínola é advogado criminalista e especialista em segurança pública