Bruno Garcia RedondoDivulgação

A Inteligência Artificial (IA) avança, a passos largos, prometendo informação, automação, inovação e decisões aprimoradas. E com ela surgem necessários questionamentos sobre seus limites e utilização responsável.
A ascensão da IA está revolucionando setores como educação, saúde, economia, tecnologia, meio ambiente e entretenimento. No ensino, a IA começa a personalizar o aprendizado, auxiliando professores a identificar e superar dificuldades específicas dos alunos. Na saúde, já está diagnosticando doenças com precisão e acelerando a descoberta de tratamentos, tornando a medicina mais preventiva e eficaz.
Economicamente, tem automatizado tarefas rotineiras, liberando profissionais para se concentrarem em atividades criativas e estratégicas. Nos transportes, os veículos autônomos já prometem menos acidentes, enquanto assistentes virtuais otimizam a rotina. Do ponto de vista ambiental, a IA tem monitorado ecossistemas e gerenciado recursos de forma sustentável, impulsionando a busca por energia limpa. No entretenimento, já proporciona experiências interativas e personalizadas que transformam nossa conexão com histórias e informações.
Porém, a rápida expansão da IA também apresenta desafios significativos. A automação pode levar ao desemprego, eliminando empregos tradicionais, sobretudo em setores que dependem da mão de obra humana. Profissionais sem competências tecnológicas atualizadas correm o risco de se tornarem obsoletos. Além disso, o domínio da IA por poucos pode agravar desigualdades sociais e econômicas, criando barreiras para os mais vulneráveis. Empresas que não se atualizarem poderão sofrer com concorrentes mais adaptados e eficientes.
O debate atual não é sobre se devemos ou não utilizar a IA, mas como evitar seus aspectos nocivos e transformá-la em uma ferramenta de inclusão e inovação. No campo jurídico, a IA desafia normas vigentes, trazendo questões quanto à titularidade de direitos, responsabilização por danos, disseminação de desinformação, uso indevido de vieses e invasão de privacidade.
A regulamentação e a transparência são essenciais, mas leis como o Marco Civil da Internet e a LGPD ainda se mostram insuficientes. Por isso, já tramitam no Congresso Nacional Projetos de Lei para regular a IA, atualizar o Código Civil e acompanhar o avanço tecnológico.
Em resumo, a IA é uma ferramenta de imenso potencial, capaz de transformar positivamente nosso modo de viver e interagir com o mundo. O sucesso desse avanço depende de um equilíbrio cuidadoso entre a inovação e a mitigação de riscos, por meio de regulamentações eficazes e a constante adaptação profissional e social.
Bruno Garcia Redondo é professor da PUC-Rio e UFRJ, Procurador da UERJ, Advogado, Doutor e Mestre em Direito