Por Persante Baldoni
“Hoje Capô foi dançar no infinito. 1936-2021” – anunciou em 29 de maio Marilia Alvim, sua companheira por 39 anos, o falecimento do cineasta Maurice Capovilla.
Capovilla iniciou sua trajetória com o curta “União” de 1962, depois “Subterrâneos do Futebol” de 1964, teve relevante papel no desenvolvimento do moderno documentário brasileiro dos anos 1960 em diante.
Seu primeiro longa de ficção foi “Bebel garota propaganda” de 1967, a partir de Ignacio de Loyola Brandão. Viria então “O profeta da fome” de 1970, com roteiro seu e no papel principal José Mojica Marins. Em 1977, de “Malagueta, Perus e Bacanaço” de João Antônio, Capô realizou “O jogo da vida”, com Lima Duarte.
A sua experiência no documentário se ampliaria em produções para a Globo, e depois em suas passagens pelas TVs Band e Manchete, buscando imprimir rumos inovadores. Capô também teve significativa atuação no ensino, destacando-se na criação do curso de Cinema da ECA-USP e mais tarde como diretor do Instituto Dragão do Mar no Ceará.
De 1990 e 1996, foi o diretor da Eco TV em Paraty, nela residindo boa parte desse período. Em suas memórias, comentou: “tive a felicidade de participar, nos anos 1990, de uma experiência memorável em matéria de democratização da telinha: com a Eco TV, convenci-me de que uma televisão comunitária pode promover mudanças qualitativas, tanto políticas como culturais, dentro de uma cidade.”
Em 2003 Capô escolheu retomar sua atividade como diretor de um longa, o livro Harmada de João Gilberto Knoll, e Paulo Cesar Peréio como protagonista. E, como diz em suas memórias, ”...o cenário não poderia ser mais familiar que o da minha querida Paraty.“
Seu último longa, “Nervos de aço” (2016), com Arrigo Barnabé, inspirou-se no universo de Lupiscinio Rodrigues.
Para saber mais sobre Capovilla, segue o link do livro em colaboração com Carlos Alberto Mattos:
Maurice Capovilla – A Imagem Crítica
https://aplauso.imprensaoficial.com.br/livro-interna.php...
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