Por gabriela.mattos

Rio - O sistema de coleta de esgoto inaugurado nesta sexta-feira na Marina da Glória não será uma solução para o problema da poluição no local. Embora evite despejos sanitários irregulares na área da marina, outras partes da baía, vizinhas do lugar, como a Praia de Botafogo, Aterro do Flamengo e Centro continuarão com as águas poluídas. O governo havia prometido tratar 80% do esgoto jogado na Baía de Guanabara até os Jogos, mas já descartou a meta.

A chamada galeria de cintura recolhe o esgoto clandestino que é lançado nas galerias de águas pluviais, que é encaminhado pela elevatória Marina da Glória para o emissário submarino de Ipanema. “Claro que é uma obra bem-vinda, mas que não significa uma solução definitiva para o problema”, diagnosticou o ambientalista Sergio Ricardo, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Para o especialista, outras obras ambientais ficaram pelo caminho, e a Olimpíada deixará um legado ambiental muito aquém do prometido. “Não dá para considerar que exista um legado ambiental motivado pelos Jogos. Os ecologistas e pescadores alertaram na época que despoluir 80% era completamente irreal, uma espécie de propaganda enganosa”.

Segundo o presidente da Cedae, Jorge Briard, a questão do lixo que polui a Baía de Guanabara não é de responsabilidade da Cedae. Ele reiterou que a obra tem outra finalidade, e será fundamental para evitar com que o esgoto clandestino atinja a raia de competição e a região das disputas de vela do lançamento. O secretário-chefe da Casa Civil, Leonardo Espíndola, também ressaltou que a obra assegurará a saúde e o bem-estar dos atletas.

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