Por adriano.araujo

Rio - Domingo de manhã, dia de ir à igreja. A rotina matinal da diarista Cícera Rodrigues, de 38 anos, foi interrompida por um tiro de fuzil, que atingiu as suas costas e saiu pela barriga em uma rua da Favela Furquim Mendes, em Jardim América, na Zona Norte. Não bastasse o sofrimento da perda de um ente, a família agora sofre para liberar o corpo, que ainda não chegou no Instituto Médico Legal (IML) e buscar levantar o dinheiro para o enterro. 

"Não temos dinheiro nem para enterrar aqui quanto mais levar para a Paraíba. Quem tinha que pagar esse enterro é o governo. O nordestino vem para cá (Rio) achando que vai ser bom e acontece isso: você sai para ir à igreja e morre", desabafou o marido da diarista, Cristiano Arruda dos Santos, 42 anos.

Marido da diarista morta a caminho da igreja%2C Cristiano diz que não tem condições de pagar o enterroDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

Ele esteve nesta manhã no IML, mas segundo Cristiano o corpo ainda está no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde ela deu entrada no dia em que foi baleada, mas não resistiu e morreu na unidade. 

"Ela era tranquila e só vivia para a família. Acordava às 4h para trabalhar e voltava para casa à noite", lembrou. Cícera deixou um filho de 16 anos. A vítima foi atingida próximo a uma padaria na comunidade.

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