Por gabriela.mattos

Rio - Mesmo com a greve dos professores da rede estadual que já dura mais de quatro meses, o secretário estadual de Educação, Wagner Victer, garantiu em entrevista ao DIA que os alunos não perderão o ano letivo. Cada escola fará a reposição das aulas de acordo com sua necessidade, algumas não terão nem o recesso durante os Jogos Olímpicos e a maioria terá os estudos estendidos até fevereiro do ano que vem.

"A reposição já está sendo feita caso a caso, seguindo a obrigatoriedade de cumprir os 200 dias letivos. São 1.274 escolas do estado e cada uma tem sua peculiaridade. Muitas não vão nem parar no recesso da Olimpíada”, disse.

Os professores continuam irredutíveis: querem reajuste salarial de 30% e cumprimento, a curto prazo, da lei que separa um terço da carga horária para o planejamento de aula. O secretário afirma que não há possibilidade de aumento para nenhum servidor do estado, o que significa que a greve só deve acabar por determinação da Justiça.

“No momento, o aumento de salário não depende da vontade de um secretário ou do governador. A situação não consegue sequer pagar a folha existente. Por mais que se reconheça a legitimidade do pleito, há uma crise econômica que é pública”, afirmou ele, destacando que a Justiça, que é o árbitro da greve, já declarou a paralisação abusiva.

Destacando os avanços nas negociações, Victer disse que já conseguiu assegurar o pagamento dos professores no décimo dia útil do mês usando verba do Fundo de Educação Básica (Fundeb). E de acordo com ele, os gastos da Educação já ultrapassaram em muito os 25% do orçamento total do estado permitidos à pasta por lei. Somente com verbas descentralizadas, voltadas para a manutenção das escolas, a secretaria gastou cerca de R$ 50 milhões este ano.

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