Rio - A restrição à circulação de caminhões em vias importantes do Rio, como Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela, iniciada nesta segunda-feira com objetivo de melhorar o trânsito para os Jogos Olímpicos, não foi bem recebida pelos comerciantes que dependem das entregas na região central da cidade. Os horários liberados (antes das 6h e depois das 21h), segundo eles, são péssimos para receber os produtos.
Já a CET Rio diz que houve melhora de 14,4% na velocidade média geral do trânsito. A Avenida Brasil teria apresentado uma melhora de 17% na velocidade média. Até as 17h, 305 motoristas de caminhão foram multados no primeiro dia do novo esquema de trânsito, de acordo com balanço da Guarda Municipal.
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Gerentes de lojas na Lapa avaliam que o prejuízo para o comércio pesa mais do que uma suposta melhora no trânsito. “Peguei trânsito igual hoje, diferença nenhuma”, reclama Michele Schmidt, gerente de uma mercearia. Ela conta que tentou estocar o máximo de alimentos para não precisar de soluções alternativas, mas avisa: não é o suficiente para manter o estabelecimento abastecido até 18 de setembro, quando a restrição acaba.
O gerente de restaurante Antero Ferreira, que chega às 7h para trabalhar, teme ter que chegar antes das 6h ou ser obrigado a contratar alguém para receber as entregas. “Muda todo o esquema, vai gerar mais custos”.
Por volta das 9h50 um caminhão frigorífico de uma empresa alimentícia trafegava pela Linha Amarela sentido Barra da Tijuca. No sentido Ilha do Governador, um caminhão-cegonha sem carga rumava à vontade pela via.
Um sargento do BPTur disse que faltou fiscalização da Guarda na Linha Amarela e que a Lamsa, concessionária que administra a via expressa, deveria explicar a nova regra. Na Brasil, veículos de passeio trafegavam pela Faixa Verde, restrita a ônibus e veículos autorizados (de delegações dos Jogos, autoridades e Comitê Rio 2016).
Colaborou o estagiário Caio Sartori