Por gabriela.mattos

Rio - Líder nas pesquisas desde o início da campanha eleitoral, o candidato do PRB, Marcelo Crivella vai disputar o segundo turno com Marcelo Freixo, do PSOL. Segundo a Justiça Eleitoral, com 100% das urnas apuradas, Crivella teve 842.201 votos, o que corresponde a 27,78% dos votos válidos. Freixo recebeu 553.424 votos, o equivalente a 18,26%. Com este resultado, os candidatos seguem campanha até o fim do mês, quando no dia 30, o novo prefeito do Rio será definido.

Crivella afirma que não tem intenção de pedir apoio ao PMDBAlexandre Brum / Agência O Dia

Durante coletiva, o candidato do PRB disse estar aberto à alianças, "política se faz com parcerias", mas descarta o PMDB. "Acredito que a gente consiga um bom arco de alianças. Mas não será uma aliança feita em cima de cargos, mas de propostas, ideias, valores. Se não tiver que ter aliança no segundo turno, não teremos. Não pretendo fazer aliança com o PMDB." 

Mais uma vez o candidato ressaltou que, o ex governador do estado, Anthony Garotinho, está descartado de participar de seu governo, assim como não haverá interferência religiosa em seu mandato. "O estado é laico", fez questão de repetir por três vezes durante a coletiva.

Crivella comemorou a chegada ao segundo turno com o candidato do PSOL e não com Pedro Paulo, do PMDB, apontados nas pesquisas como os concorrentes mais cotados para disputar o segundo turno com ele.

"Ver que o PMDB não chegou ao segundo turno traz esperanças ao Rio de Janeiro, é extraordinário. Com Freixo será um debate mais rico, de alto nível e não de acusações", disse.

Mesmo com uma queda de três pontos percentuais na última pesquisa do Data Folha, realizada após o último debate entre os elegíveis na rede Globo, Crivella não se assustou com a negativa.

"Tenho 99% de reconhecimento da população. Isso é muito favorável. Os 21% de rejeição são fruto de preconceito e de idéias distorcidas. Diferente de uma rejeição por escândalos, a minha é possível de ser revertida e com paciência vamos conseguir. Melhor que 21% de rejeição só um anjo conseguiria", disse.

Perguntado sobre quais seriam os pontos fracos de seu adversário para esse segundo turno, Crivella optou por destacar seus pontos fortes. "Seria indelicado da minha parte falar sobre os pontos fracos dele, em contrapartida, destaco meu vice, Fernando MacDowell como ponto mais forte de minha campanha para esse segundo turno. Devo muito ao meu vice por eu ter chegado até aqui", pontuou.

No seu discurso, na noite de ontem, no Novotel, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, Crivella contou com a presença de amigos e familiares, como sua esposa, filhos e nora. Além do deputado Wagner Montes, do PSD, que apoia sua candidatura.

"Com esse jeito calmo e com as alianças podemos chegar à vitoria no segundo turno. Essa queda na reta final é natural, sendo o mais reconhecido é, também, o mais exposto", comentou Montes.

Como vem fazendo nas suas últimas aparições em público, ao ser perguntado sobre sua agenda para a semana, Crivella citou um trecho da música de Amália Rodrigues "nem às paredes confesso", de forma a revelar apenas que estará em Brasilia de terça à quinta-feira para reuniões, sem citar nomes.

Diante do número de irregularidades registradas nas ruas e de prisões efetuadas no dia da eleição, durante o período de votação, o senador apontou que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) deveria aperfeiçoar seu controle de boca de urna nas ruas. "Muitos santinhos espalhados nas ruas e muitas pessoas fazendo boca de urna"

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