Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - No próximo dia 16, quarta-feira, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) dará início a discussão do pacote de 21 propostas de austeridade do governador Luiz Fernando Pezão. Temendo novas manifestações, como a que ocorreu no dia 8,  quando um grupo de manifestantes, formado por servidores da Segurança Pública do Rio, invadiu o plenário da Casa,  o presidente da Alerj Jorge Picciani (PMDB) autorizou que grades fossem colocadas no entorno do prédio . Neste sábado e domingo funcionários começaram a fazer o cerco.
No dia da invasão, houve correria dentro da Alerj e o primeiro vice-presidente da Casa, deputado Wagner Montes (PRB), chegou a ser cercado pelos manifestantes. Segundo pessoas ligada à Alerj, na quarta-feira, dia em que os deputados começam a discutir o projeto, alguns funcionários serão liberados.
Entorno da Alerj é cercado com grades e policiamento será reforçado para protesto de quarta-feiraRodrigo Menezes / Divulgação

Na edição deste domingo, a coluna Informe do DIA publicou que no grupo de WhatsApp da Assembleia Legislativa, deputados estaduais demonstraram preocupação com ameaças físicas vindas de servidores públicos da área da segurança. Um dos parlamentares citou um major da Polícia Militar que fala em “Queda da Bastilha”.

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Um dia após a invasão na Alerj, O DIA entrevistou Picciani e questionou se ele pediria reforço da Polícia Militar nos dias de discussão dos projetos. Na ocasião, o deputado estadual desconversou e afirmou que não pediria reforço. "A questão da polícia é um dever funcional do governo e do comandante da PM. Eles têm que dar garantia ao funcionamento dos poderes. Cabe a eles darem essa segurança", disse ele à época.
Em um memorando interno da PM no qual O DIA teve acesso e que é assinado pelo assinado pelo Coronel Cláudio Lima Freire, chefe do Estado Maior Geral, é determinado que vários batalhões designem militares para reforçarem a Alerj. "Considerando a necessidade de se evitar danos ao patrimônio público e qualquer outra ação que venha a interferir na ordem pública determino que..." dizia o documento que lista várias obrigações que deverão ser seguidas, dentre elas a presença do comandante do 5º BPM (Praça da Harmonia) e todos os seus oficiais.

Lima determina ainda que uma equipe grave toda a manifestação. O documento mostra que deverão estar no local policiais do Batalhão de Choque e do 5º BPM (Praça da Harmonia), além de militares do 3º BPM (Méier), 4º BPM (São Cristóvão), 6º BPM (Tijuca), 16º BPM (Olaria), 17º BPM (Ilha do Governador), 19º BPM (Copacabana), e os batalhões de Benfica (22º BPM) e Leblon (23º BPM).

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Em nota, a Assembleia Legislativa (Alerj) informou que não pediu o reforço e sim ele foi solicitado pela Secretaria de Segurança. Jorge Picciani, presidente da Alerj, apenas autorizou o reforço e a colocação das grades. "Pela Constituição, cabe ao Executivo o poder de polícia e, portanto, a obrigação de garantir a segurança e o funcionamento das instituições democráticas, em particular dos outros poderes, que são poderes desarmados." 
Entorno da Alerj foi cercado com grades e policiamento será reforçado para protesto de quarta-feiraRodrigo Menezes / Divulgação

Informações davam conta que o custo com a colocação das grades seria de R$ 780 mil. A denúncia foi negada pela Alerj, que disse que o custo é de R$ 20 mil mensais.

"O trabalho está a cargo da empresa de engenharia responsável pelo restauro das fachadas externas do Palácio Tiradentes. A decisão partiu da Controladoria da Alerj, órgão técnico formado por auditores cedidos pelo Tribunal de Contas do Estado e que são rigorosos em todos os contratos da Casa", disse, em nota.

Para quarta-feira, está marcado um protesto para começar às 10h e deve contar com a participação de servidores de várias categorias do estado.

Reportagem do estagiário Rafael Nascimento