Por gabriela.mattos
Rio - Conhecida como a "Viúva da Mega-Sena", a cabeleireira Adriana Ferreira Almeida, será interrogada no Conselho de Sentença do Tribunal do Júri, no Fórum da Comarca de Rio Bonito, nesta quinta-feira. Ela é acusada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) de ter mandado matar o marido Renné Senna, que ficou milionário após receber um prêmio da Mega-Sena, em janeiro de 2007.
Na mesma audiência, a promotora de Justiça Priscila Xavier poderá fazer a sustentação oral por uma hora e meia. O advogado de defesa terá o mesmo tempo e os dois terão direito à réplica e tréplica. Depois, os sete jurados irão para a sala secreta votar sobre o caso, acompanhados do juiz Pedro Amorim Gotlib Pilderwasser, da promotora e do advogado da acusada.
Adriana Ferreira Almeida será interrogada nesta quinta-feiraSeverino Silva / Agência O Dia

O segundo dia do julgamento começou às 10h45 desta quarta-feira, com as oitivas de três testemunhas, sendo dois ex-seguranças de Renné e um gerente de banco. Na sequência, foram ouvidas as testemunhas da defesa. No total de dois dias de julgamento, 16 pessoas prestaram depoimento.

Em janeiro de 2007, Renné foi assassinado com quatro tiros em um bar, em Lavras. Ele havia recebido o prêmio de R$ 52 milhões da Mega-Sena há um ano e meio antes do crime. A vítima estava sem segurança naquele dia. Na ocasião, a Adriana morava com ele em uma fazenda em Rio Bonito. Segundo as testemunhas, o milionário suspeitava que estava sendo traído pela mulher e pretendia tirá-la do testamento.

Adriana chegou a ser absolvida, em dezembro de 2011, pelo Conselho de Sentença de Rio Bonito. No entanto, o MP recorreu da decisão. Em abril de 2014, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) submeteu Adriana a novo júri.  Os desembargadores da 8ª Câmara Criminal acolheram a tese do MPRJ de que a decisão dos jurados foi manifestamente contrária à prova dos autos.

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Os ex-seguranças da vítima, Anderson Silva de Souza e Ednei Gonçalves Pereira, já foram condenados. Eles cumprem pena de 18 anos de prisão pelo crime.