Por tabata.uchoa
Ligada à Seap%2C a Fundação Santa Cabrini%2C no Largo do Machado%2C está há sete meses sem pagar conta de luzReprodução

Rio - Os detentos e egressos do sistema prisional estão sem atendimento na Fundação Santa Cabrini, no Largo do Machado. A unidade é responsável pela gestão e promoção do trabalho remunerado para apenados. Funcionários dizem que a energia elétrica da instituição foi cortada porque a conta está atrasada há sete meses. A ausência do serviço afeta as chances de reintegração social e o direito de remição de pena dos presos que trabalham.

Criada há 39 anos, a Fundação Santa Cabrini é vinculada à Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap). Entre as suas funções, a entidade é responsável por gerenciar o pagamento dos detentos que trabalham, garantir o direito de remição de pena e incentivar a ocupação criativa dos presos. “Se um juiz encaminhar um ofício autorizando um preso a trabalhar, não temos como encaminhá-lo para abrir uma conta.

Não conseguimos ligar os computadores, porque não tem luz”, disse uma funcionária que pediu para não se identificar.
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Ao todo, 2,1 mil apenados fazem serviço remunerado dentro e fora dos presídios e dependem da entidade. Segundo funcionários, a interrupção do atendimento não afetou o pagamento das remunerações dos presos, já que a diretoria e o financeiro estão trabalhando em casa ou em lan houses.
No entanto, 1,5 mil detentos que trabalham na faxina dentro de presídios estão sem receber desde fevereiro, porque o estado não estaria repassando esses pagamentos, diz uma fonte. Em sua página na internet, a Fundação Santa Cabrini afirma que o trabalho desenvolvido pela instituição ‘é o passo essencial para a redução das dificuldades do preso e do egresso na reintegração social através do reingresso no mercado de trabalho’.
Ligada à Seap%2C a Fundação Santa Cabrini%2C no Largo do Machado%2C está há sete meses sem pagar conta de luzReprodução


O defensor público Leonardo Rosa Melo da Cunha, subcoordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário (Nuspen), lamentou a situação. “Presos estão deixando de trabalhar. E, não trabalhando, não têm remição de pena (a cada três dias de trabalho, a pena é reduzida em um dia). Às vezes, eles não trabalham nem pelo salário, mas para abreviar o tempo de prisão. O trabalho permite ainda a manutenção da família do detento e lhe oferece novas chances de vida”, argumenta.

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A Seap respondeu que esclarecimentos sobre o problema deveriam ser obtidos com a fundação, que não retornou os contatos do DIA.
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