Rio - Os detentos e egressos do sistema prisional estão sem atendimento na Fundação Santa Cabrini, no Largo do Machado. A unidade é responsável pela gestão e promoção do trabalho remunerado para apenados. Funcionários dizem que a energia elétrica da instituição foi cortada porque a conta está atrasada há sete meses. A ausência do serviço afeta as chances de reintegração social e o direito de remição de pena dos presos que trabalham.
Criada há 39 anos, a Fundação Santa Cabrini é vinculada à Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap). Entre as suas funções, a entidade é responsável por gerenciar o pagamento dos detentos que trabalham, garantir o direito de remição de pena e incentivar a ocupação criativa dos presos. “Se um juiz encaminhar um ofício autorizando um preso a trabalhar, não temos como encaminhá-lo para abrir uma conta.
O defensor público Leonardo Rosa Melo da Cunha, subcoordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário (Nuspen), lamentou a situação. “Presos estão deixando de trabalhar. E, não trabalhando, não têm remição de pena (a cada três dias de trabalho, a pena é reduzida em um dia). Às vezes, eles não trabalham nem pelo salário, mas para abreviar o tempo de prisão. O trabalho permite ainda a manutenção da família do detento e lhe oferece novas chances de vida”, argumenta.