Restaurante Popular recebe mais de 1,5 mil pessoas em ceia natalina gratuita
Espaço, que fechou por conta da crise, reabriu nesta sexta para iniciativa. 'Tem muita gente aqui que não vai ter nada para comer no dia 25'
Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - O Restaurante Popular da Central do Brasil serviu, entre 11h e 14h30 desta sexta-feira, 1.567 refeições, parte da ceia natalina gratuita realizada pela empresa que administrava o espaço, fechado por conta da crise do estado. Do lado de fora, uma enorme fila se formou já no início da manhã de "órfãos" do restaurante e pessoas necessitadas que viram na iniciativa uma forma de ter uma ceia de Natal.
"Quando o restaurante fechou fui pra porta dos restaurantes pedir comida no final do dia. Ter essa comida aqui hoje é muito bom"., disse Roberta da Silva, 32 anos. Ela está desempregada e mora em uma ocupação perto da Central.
No cardápio especial teve salada mista, pernil à Califórnia, farofa de passas, arroz, feijão, refresco, doce de leite e um mini panetone para cada um. Segundo a nutricionista e gerente do restaurante popular do Betinho, Fabiana Reis, a iniciativa de oferecer a ceia natalina gratuitamente à população foi a forma encontrada pela HB Multiserviços de se solidarizar com os frequentadores do espaço que deixaram de ter uma refeição de qualidade a preço baixo.
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“É muito triste ver alguém com fome pedindo para reabrir o restaurante. Estamos garantindo ao menos uma refeição de qualidade nesta data festiva. Tem muita gente aqui que não vai ter nada para comer no dia 25", disse Fabiana.
Para a ceia natalina, foram usados, segundo a nutricionista, 100 kg de feijão, 210 kg de arroz, 260 kg de pernil, 200 kg de carne moída, 60 kg de salada, 60 kg de farinha de mandioca e 150 kg de doce de leite.
Antes de fechar, o local chegava a servir 3.750 refeições por dia a trabalhadores de baixa renda, desempregados, estudantes, aposentados e moradores de rua. A empresa, que administra mais dois restaurantes populares, também fechados, alega que a dívida acumulada do estado desde janeiro chega a R$ 18 milhões.
O prefeito Eduardo Paes prometeu assumir os custos em setembro, “mas o município também não honrou o compromisso”, informou, em nota.