Por luana.benedito
Rio -  O número de casos de dengue registrados em janeiro deste ano no estado do Rio atingiu 1.485. Uma queda de 90% em relação ao mesmo período em 2016 — foram registrados 15.471— de acordo com o Sistema InfoDengue, criado em 2015 pela Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (Emap - FGV).
Segundo o professor de epidemiologia matemática e coordenador do sistema, Flávio Coelho, a maioria das pessoas já pegou dengue e, portanto, a epidemia acaba não sendo muito expressiva. Ele explicou ainda que, em geral, o aumento dos números acontece quando troca o vírus.  “Quando ocorre essa troca, geralmente a gente tem um ano intenso”, afirmou Flávio.
Técnicos da Secretaria Municipal de Saúde realizam ações de rotina de combate ao Aedes aegyptiDivulgação

O Sistema InfoDengue começou a operar oficialmente em 2015, fazendo a análise de notificações da doença referentes à capital fluminense, e hoje monitora todo o estado e também o Paraná e o Espírito Santo. O projeto, sem fins lucrativos, é feito por adesão e depende da colaboração das secretarias estaduais e municipais de saúde para enviar os dados.

Publicidade
No Paraná e no Espírito Santo, os casos também mostraram redução de 20.932, em janeiro de 2016, para cerca de 5 mil em janeiro de 2017; e de 8.551 para 1.166, na mesma comparação, respectivamente.
Nível de alerta
Publicidade
Dos 92 municípios fluminenses, o coordenador disse que cerca de 22 estão no chamado nível de alerta de transmissão. Segundo Coelho, as condições climáticas para reprodução do mosquito Aedes aegypti são ótimas nessas regiões. “Predomina no verão, mas tem que ter algum nível de umidade e de pluviosidade — quantidade de chuva que cai em certo lugar durante determinado espaço de tempo”, disse o professor.
Ele também esclareceu que essas cidades estão espalhadas de norte a sul no estado, como em Paraty, no sul fluminense; e Campos dos Goytacazes e Itaperuna, no norte. “Não há nenhuma região predominante".
Publicidade
O professor ressaltou que o fato de ter tido essa redução do número de casos em janeiro não significa que o verão terá incidência menor no estado. “Estamos começando o verão com baixa incidência, mas como este ano promete ter uma temperatura elevada até mais tarde, a gente pode vir a ter um surto de dengue até o mês de abril. Eu não descartaria”.
O InfoDengue vai ampliar o monitoramento para outras doenças, disse o coordenador da FGV. O sistema já fechou acordo com a capital fluminense para começar a receber dados da chikungunya. Até março, Coelho espera iniciar o acompanhamento da doença.
Publicidade
* Com informações da Agência Brasil