A campanha iniciada nesta terça-feira pelo Hemorio de vacinação contra febre amarela em troca de doação de sangue lotou a unidade esta manhã. A espera para ser atendido chega a quatro horas, mas, apesar da reclamação de algumas pessoas, muitas alegaram que vale a pena a demora. Em três horas, a campanha reuniu 250 pessoas, metade do esperado para o dia inteiro. A iniciativa é uma tentativa de evitar que falte sangue no banco do local, já que a doação só pode acontecer quatro semanas depois da pessoa ser vacinada.
A campanha vai até sábado. “Ultrapassou a nossa expectativa, o que é muito bom para o banco de sangue e para a população que está podendo fazer esse gesto de solidariedade e ao mesmo tempo se vacinar. Nossa expectativa era de 500 pessoas por dia e, em três horas, já temos 250. Quinhentos é quase um número recorde. Nossa média diária de doações é de 250 por dia. No Carnaval desse ano foi de 50 e foi o pior nível dos últimos tempos”, disse o diretor do Hemorio, Luiz Amorim.
O administrador de empresas Waldeck Santana, de 49 anos, reclamou da demora. “Está demorando um pouco. Acredito que o Hemorio não tenha estrutura para receber tanta gente. É preciso reforçar isso, tem que ter mais pessoas. Vou chegar atrasado ao trabalho”, contou ele.
Já a bibliotecária Sila Borges, de 51 anos, não pode esperar mas não se importou e prometeu voltar amanhã. Essa é a primeira vez que ela vai doar sangue. “Se a gente pode e está em condições de saúde, a gente aqui vai juntar o útil ao necessário. Vou voltar amanhã de manhã. Agora, tenho que ir embora”, disse ela.
Hoje também foi a primeira vez que o gráfico Cristiano Ribeiro, de 44 anos, doou sangue. “Imaginei que fosse demorar, mas nem tanto. Tive que cancelar alguns compromissos. É doloroso ficar durante quatro horas, mas essa campanha tem uma importância grande e isso bate na nossa consciência”, relatou ele.
Quem não puder doar será vacinado
Mesmo quem for diagnosticado inapto para doação de sangue pelo Hemorio será vacinado. O teste é feito na hora da triagem. A assessoria de imprensa da unidade informou que a legislação não permite que o ato seja vinculado a nenhum tipo de ganho e, na maioria das vezes, a pessoa nem sabe que não pode ser doadora. Ainda de acordo com a assessoria, apenas 30% das pessoas que comparecem ao Hemorio estão inaptas a doar sangue.
A assessoria de imprensa admitiu a demora no atendimento, mas atribuiu o fato à grande procura pela doação, apesar de afirmar que houve reforço no número de funcionários para a campanha
Reportagem do estagiário Rafael Nascimento