Rio - O agente penitenciário aposentado que matou a filha de 14 anos fazia ameaças contra a mãe da menina desde o término do relacionamento, no final do ano passado, de acordo com Michele Azevedo, tia de Dayanne Mariano de Azevedo e Silva. Em uma das intimações, o homem teria dado indícios do plano para a ex-amante.
"Ele falou que ela não iria comemorar o aniversário nunca mais, só iria chorar. Ele disse ainda que ela não merecia a morte, merecia muito mais", revela a parente.
Segundo Michele, a irmã dizia que não dava para continuar a relação com Dário de Oliveira e Silva, de 70 anos. No entanto, o aposentado achava que Luiza Mariano, 41 anos, deveria ficar com ele.
Há dois dias, a mãe de Dayanne esteve na Delegacia da Mulher (Deam) para prestar queixa contra ele por ameaças e agressão. Por causa das intimações, Michele acreditava que ele poderia fazer algo contra a irmã.
"A gente achava que ele poderia tentar algo contra a Luiza, mas nunca imaginávamos que ele faria algum mal contra a Dayanne", revela Michele, que disse ainda que Dária fazia questão de estar diariamente com a filha. " Ele ia na casa da minhã irmã todo dia, levava a Dayanne no dentista. Era um pai presente na medida do possível", afirma.
A mãe de Dayanne está em estado de choque, segundo Michele. Nesta quarta-feira, ela teria depredado o carro do aposentado.
A tia da menina acredita que o crime tenha sido planejado. "Dário sabia da rotina da minha irmã, a hora que a Luiza saía para trabalhar e também o horário que ela voltava".
"A Dayanne gostava muito da vida. Ela queria estudar e estava empolgada com o aniversário de 15 anos. Estamos muito abalados", desabafou Michele. "A gente não pode nem esperar por justiça, porque ele tirou a própria vida. Foi uma barbárie. Que Deus conforte nossos corações", lamentou.
O corpo da adolescente foi sepultado, por volta das 17h desta quarta-feira, sob forte comoção de amigos e familiares. Colegas da escola onde Dayanne estudava fizeram um discurso emocionado."Ela era muito querida por todos", afirma a tia.
Relembre o caso
Um agente penitenciário aposentado matou a filha com um tiro na cabeça na Rua Despachante Romualdo, no bairro Parque Afonso, em Belford Roxo, Baixada Fluminense, na noite desta terça-feira.
Depois, Dário de Oliveira e Silva se enforcou. A mãe de Dayanne Mariano de Azevedo e Silva foi quem encontrou os corpos horas depois. Ela faz 41 anos hoje e o ex-amante definiu a data para cometer o crime.
A adolescente era fruto de um caso extraconjugal mantido há mais de 15 anos por Dario, que era casado, e a mãe da menina.
Reportagem da estagiária Luana Benedito