Rio - Apesar de diminuir a ingestão de refrigerantes e aumentar a quantidade de atividades físicas, o brasileiro está cada vez mais obeso. Ao longo de dez anos, o número de pessoas com obesidade passou de 11,8% em 2006 para 18, 9% em 2016. No Estado do Rio, a taxa é ainda maior: 20,9%.
Com a obesidade, aumentaram também as taxas de hipertensão (de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016) e de diabetes (de 5,5% para 8,9%). Na cidade do Rio, 31,7% disseram ter diagnóstico médico de hipertensão, e 10,4%, de diabetes. O excesso de peso entre a população (Índice de Massa Corporal - IMC entre 25 kg/m² e 30 kg/m²) passou de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016. No Rio, mais da metade da população (55,8%), está com excesso de peso. A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) foi divulgada ontem pelo Ministério da Saúde. Foram entrevistadas 53.210 pessoas maiores de 18 anos em todas as capitais.
As cifras são preocupantes, mas já eram esperadas, segundo o presidente da Sociedade de Cardiologia (Socerj), Ricardo Mourilhe. “Nos países em desenvolvimento, aumenta o acesso a alimentos superprocessados, mais ricos em carboidratos”, disse.
Para o médico endocrinologista Flávio Cadegiani, a obesidade pode ser porta de entrada para doenças mais graves como o câncer: “Para prevenir complicações como infarto, derrame, cânceres, doenças pulmonares, problemas no fígado e outras doenças, as pessoas com obesidade e diabetes precisam de condutas e tratamentos intensos”.