Por luana.benedito
Claudineia sonhava em ter um filhoReprodução Facebook

Rio - Agentes da Polícia Civil realizam a reconstituição, na tarde desta sexta-feira, do caso do bebê atingidido por bala perdida quando ainda estava dentro do útero da mãe, Claudineia dos Santos Melo. De acordo com as investigações da 59ª DP (Duque de Caxias), o tiro que atingiu Claudineia partiu de traficantes da Favela do Lixão, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde episódio aconteceu no dia 30 de junho.

Segundo depoimento da mãe —que não participou da simulação por estar abalada , ela saía de um mercado na entrada da favela quando viu a chegada de duas viaturas da Polícia Militar. Logo na sequência, começou um intenso tiroteio entre PMs e criminosos. Grávida de 39 semanas, ela não conseguiu correr e acabou atingida na pelve.

"O mais provável é que esses disparos tenham partido dos traficantes", afirmou a delegada Raíssa Ceres, que comanda a reconstituição. "Os indícios dos autos apontam para isso, mas todas as provas estão sendo produzidas."

Radiografia de ArthurDivulgação

O exame de balística não foi realizado porque o projétil que atingiu Claudineia continua alojado no corpo dela. Os médicos não sabem se irão retirá-lo. A suspeita recai sobre os traficantes porque, pelas marcas de balas nas paredes e pelos depoimentos da mãe do bebê e dos seis PMs que se envolveram no tiroteio, tudo aponta que os tiros partiram de dentro da favela. Segundo a delegada Raíssa, não há nenhum tipo de contradição nos relatos colhidos até agora.

"Nós já temos suspeitos, e estamos aqui para embasar com provas", sustentou a delegada. "Nós vamos conseguir chegar aos autores (do crime)." Dois peritos participam da reconstituição. Ao todo, cerca de 20 agentes da Polícia Civil dão apoio à reconstituição, que fecha ruas da entrada da favela.

Bebê

Estilhaços do tiro que acertou Claudineia, grávida de nove meses, atingiram o bebê Arthur, e foi necessária uma cesariana de emergência. Ele nasceu com os dois pulmões perfurados, teve hemorragia cerebral e fraturas nas vértebras T3 e T4, atingidas por estilhaços de ossos.

Arthur está internado na UTI neonatal do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes. Seu estado de saúde ainda é grave, mas estável.

O bebê está paraplégico. Os médicos, contudo, afirmam que o menino ainda tem chances de recuperar os movimentos das pernas.

Com informações do Estadão Conteúdo

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