Rio - A produtora de figuração e elenco Maria Luana de Oliveira Diogo, 34, foi encontrada morta em casa, nesta segunda-feira, com marcas de golpes de martelo na nuca. Bombeiros e policiais civis foram acionados para a residência da vítima, na Rua Cardoso Júnior, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio. Agentes da Delegacia de Homicídios (DH) periciaram o local.
A casa, localizada no subsolo do número 383, estava com as portas trancadas e, durante a perícia, não foram encontradas as chaves. Um martelo, uma nota fiscal de supermercado e bilhetes foram encontrados. Um deles dizia: “Desculpe, mas vou atrás de quem fez isso”. A DH descartou a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte).
De acordo com o proprietário do imóvel e vizinho de Maria Luana, os bombeiros foram até a rua da produtora no domingo, após denúncia de que alguém passava mal, mas ninguém foi encontrado. “Hoje os bombeiros disseram que receberam uma outra ligação com o nome da vítima e então entraram na casa dela”, explicou Alexandre Coimbra, que autorizou a entrada.
Segundo parentes e colegas de trabalho, Luana estava online no WhatsApp às 17h38 de sábado, e depois não deu mais notícias. Uma amiga relatou ter conversado com ela pelo telefone: "Estava super bem, muito empolgada. Ia vir pegar uma cômoda minha, porque se mudou há pouco tempo e ainda não tinha comprado os móveis das crianças". Luana deixou um casal de filhos, de 8 e 11 anos, que estavam com o pai quando ela foi encontrada. Ela havia se mudado para a casa em Laranjeiras em dezembro do ano passado.
Os colegas de trabalho deram pela falta dela no domingo, apesar da produtora não trabalhar neste dia. “Ela trabalhava em casa quando era preciso, fazia a escala dos figurantes, das programações da emissora e publicava no grupo do Facebook. Depois de enviar inúmeras mensagens pelo WhatsApp, resolvi procurá-la hoje cedo. Toquei a campainha, um dos cachorros latiu. E nada. Voltei para casa. Quando cheguei no trabalho, recebi a notícia”, disse ao DIA o chefe do departamento onde a vítima trabalhava. A vizinha da casa ao lado disse que Luana tinha adotado dois cachorros, encontrados vivos na casa, em uma feira de adoção no Largo do Machado.
Uma das tias da vítima contou que o irmão da produtora, que não foi o local até o fechamento desta matéria, andava depressivo nos últimos dias. “Meu sobrinho andava muito estranho depois que minha irmã (mãe da vítima) foi embora para o Norte. Ela foi para resolver problemas quando minha mãe morreu e até hoje não voltou”.
Segundo outra tia da vítima, Maria Emília das Neves Pinheiro, 51 anos, a mudança de bairro foi por medo da violência. Antes de Laranjeiras, Luana morou no Lins, Zona Norte do Rio: "Ela dizia que nunca mais queria voltar. Largou a casa própria e veio pagar aluguel aqui". A última vez em que a tia e sobrinha se viram foi na quinta-feira da semana passada, no aniversário da jovem. Emília conta que fez o cabelo da jovem e que ela estava feliz: "Me contou que estava indo na igreja e que tinha ganhado uma Bíblia. Estava muito feliz".
“Minha sobrinha largou a casa própria e veio morar aqui de aluguel. Tudo para viver em um ambiente mais tranquilo com os filhos”, lamentou Maria Emília.
O corpo da produtora foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), no Centro. Ainda não há informações sobre data e local de enterro da produtora.
O chefe de Luana relatou ter dado falta dela na noite deste domingo, quando ela deveria ter escalado um grupo de figurantes pelo Facebook: "Ela trabalhava de casa, colocava a lista em um grupo do Facebook. Tentei ligar meia-noite, pensei em ir até lá, mas já estava tarde. Hoje de manhã fui até a casa dela, toquei a campainha, o cachorro latiu, e nada. Soube quando cheguei ao trabalho", lamentou.
Reportagem dos estagiários Matheus Ambrosio e Nadedja Calado, sob supervisão de Thiago Antunes