Rio - Em um ano — de julho de 2016 a julho de 2017—, a cidade do Rio registrou 3.829 tiroteios, uma média de mais de 10 por dia. O alto índice impacta diretamente no funcionamento das unidades de ensino e revela outro dado alarmante: das 1.537 escolas e creches municipais, 381 ficaram fechadas um ou mais dias durante o primeiro semestre desse ano por causa da violência.
Os dados, divulgados ontem, foram coletados pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP) em parceria com o aplicativo Fogo Cruzado.
Nas escolas municipais, 129.165 alunos ficaram sem aulas por períodos que variaram entre um e 15 dias, o equivalente a 20,12% do total da rede municipal (641.655 alunos).
No primeiro semestre deste ano, em 99 dias dos 107 do ano letivo, as escolas e creches tiveram de fechar as portas. Em 2016, as unidades não funcionaram 157 dias dos 200 do ano letivo, devido aos tiroteios.
Grande parte das ocorrências de tiroteios ou disparos de arma de fogo está concentrada na Zona Norte, principalmente nas regiões do Complexo do Alemão (218 registros) e da Maré (119). Uma outra área que chama atenção fica nas imediações da Avenida Brasil, na altura do bairro da Penha (128 registros). Os bairros da Mangueira e do Lins também apresentaram números elevados de tiroteios: 104 e 101, respectivamente.
Costa Barros e Acari são os bairros que possuem o maior número de escolas municipais, estaduais e creches expostas à violência armada. Apenas em Acari, foram 72 registros de tiroteio, seguido por Costa Barros, com 54 ocorrências.
Na Zona Oeste, a Cidade de Deus é a região com maior número de disparo de arma de fogo: 159. Com relação à morte violenta, Bangu é o bairro que possui maior índice: 133, seguido pela Cidade de Deus, com 81 óbitos; Penha, com 71; Mangueira, com 34 e Lins, com 18.