Rio - Taxistas vão realizar um protesto, na manhã desta quinta-feira, em frente à Prefeitura do Rio, na Cidade Nova, Região Central. De acordo com André do Táxi, um dos organizadores, ao contrário do que foi divulgado em alguns grupos das redes sociais, o objetivo do ato não é parar a capital fluminense e sim manifestar-se contra os aplicativos de transporte de passageiros em veículos particulares.
"A gente quer iniciar, sobretudo, uma conversa sobre a regulamentação dos aplicativos. Queremos ser ouvidos nesta discussão, para que não seja uma decisão unilateral", afirma o taxista, que diz ter se reunido no Centro de Operações da Prefeitura (COR), nesta tarde, com com representantes da prefeitura e do governo estadual para pensar em estratégias para minimizar os impactos da carreata na mobilidade da população.
Como resultado da reunião, ficou decidido que as taxistas poderão estacionar temporariamente seus veículos no Sambódromo – entre os setores 3 e 9. A Guarda Municipal também estará presente concentração, a partir das 4h, em cinco pontos da cidade: Copacabana, Barra da da Tijuca, Realengo, Ilha do Governador e Del Castilho.
Segundo André, destes bairros a carreata seguirá por vias como Estrada do Galeão, Linha Vermelha, Avenida Brasil, Avenida Dom Hélder Câmara, Avenida das Américas e Túnel Rebouças, até a região da Cidade Nova.
O COR informou que os organizadores do ato se comprometeram a não bloquear vias e nem os acessos aos aeroportos da cidade. Equipes da prefeitura estarão de prontidão ao longo da madrugada de quarta para quinta-feira, monitorando o tráfego nas ruas e no COR, para realizar ações de pronta resposta e minimizar os impactos no tráfego e garantir o direito de ir e vir dos cidadãos.
O COR ressaltou que divulgará informações em tempo real sobre as condições de mobilidade da cidade, através do www.twitter.com/operacoesrio e do www.facebook.com/operacoesrio.
Nesta quarta-feira, foi publicado no Diário Oficial do Município um decreto determinando de seis para oito anos o tempo de vida útil dos táxis. "Era nossa segunda pauta em grau de importância. Foi uma conquista, mas ainda falta cobrar outros pontos como a atuação da prefeitura em aplicativos que não possuem liminar", conta André do Táxi. "O Cabify e o 99, por exemplo, não possuem liminar e a gente quer falar sobre isso com o prefeito", conclui.
Crivella se reuniu com taxistas nesta quarta-feira
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, recebeu na manhã desta quarta-feira, na sede da Prefeitura, um grupo de 10 taxistas para ouvir as reivindicações da categoria. O presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe, acompanhou o encontro. Crivella disse que vai analisar as propostas, mas que algumas já foram atendidas pela Prefeitura, como ampliar de seis para oito anos o tempo de vida útil dos táxis e também o aplicativo 'taxi.rio'.
No encontro com os taxistas, Crivella lembrou que a Prefeitura liberou o uso pelos “amarelinhos” do corredor exclusivo do BRT em direção ao Aeroporto Internacional Tom Jobim. Disse ainda que há um estudo para se criar novas vagas de estacionamento para táxis em pontos turísticos como Quinta da Boa Vista, Pão de Açúcar e Cristo Redentor. Sobre a possível regulamentação do serviço de carro particular para transporte remunerado, o prefeito informou que já começou a negociar com todas as partes envolvidas.
"Estamos fazendo audiências públicas, estamos chamando o pessoal dos aplicativos (99, Uber, Easy) e estamos falando também com os taxistas. A ideia é que esses aplicativos funcionando regularizados e pagando os impostos, para que esses impostos possam servir para melhorar as condições dos táxis no Rio de Janeiro. É muito importante que possamos lembrar de uma coisa: para a população é preciso que o táxi continue, porque se o táxi acabar os (serviços dos) aplicativos vão ficar caríssimos. Então é preciso manter a concorrência para que as regras do mercado estabeleçam bons preços."
Já o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe, lembrou no encontro que tramita no Congresso um projeto de lei que reconhece o serviço de carro particular para transporte remunerado, como o Uber, e transfere ao poder municipal a sua regulamentação. O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e agora está no Senado.
Participaram da reunião representantes do Conselho Regional dos Taxistas (CRT), da Federação das Cooperativas de Táxis do Estado do Rio de Janeiro (Fecaperj), do Sindicato dos Motoristas de Empresas e Auxiliares de Táxi do Rio de janeiro (Simeataerj) e da União das Cooperativas de Táxis do Rio de Janeiro (Unitaxi).