Rio - Perseguição de moto e a pé e tiros durante tentativa de assalto assustaram moradores da Rua Adolfo Mota, na Tijuca, por volta das 8h desta quinta-feira. No hospital pediátrico Pronto Baby, que fica na mesma rua, os funcionários também se assustaram.
O motoqueiro Deivison L. Souza, 31 anos, foi baleado no braço ao reagir a um ataque de dois bandidos em outra moto que o perseguiam desde a Avenida Maracanã.
Testemunha conta que Deivison foi baleado dentro do hospital. O diretor administrativo da unidade, Ronald Reis, negou, e disse que o motoqueiro ferido já entrou no hospital baleado.
Segundo testemunhas, Deivison caiu da moto, mas ainda conseguiu tirar a chave da ignição, bater em um dos bandidos com o capacete e fugir a pé. Um bandido foi atrás dele para pegar a chave e atirou.
Deivison, que entrou no refeitório do Pronto Baby para pedir ajuda. Lá, foi antedido por médicos e levado pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. Não há informações sobre o estado de saúde dele. Os bandidos fugiram em uma moto vermelha. A polícia vai analisar imagens de câmeras da região para tentar identificar os bandidos.
"Vi quando eles entraram na Adolfo Mota. Achei que estavam brincando de um ultrapassar o outro quando o homem caiu da moto. Ele tirou a chave da ignição, bateu no bandido com o capacete e saiu correndo a pé. O criminoso foi atrás gritando 'vou te matar. Me dá a chave, p. Quer morrer? e deu um tiro", contou uma testemunha.
Uma funcionária do hospital que pediu para não ser identificada, escutou a gritaria, viu que era assalto e se escondeu. "Eu estava batendo meu ponto quando eu vi o momento que eles gritaram com ele pedindo a moto. A única coisa que fiz foi me esconder para eles não me verem. Foi desesperador. Escutei um tiro e mais nada. Fiquei em pânico", disse.
Um aposentado que mora no bairro há 56 anos reclamou da violência na região. "Moro aqui desde 1961 e, ultimamente, não está dando para sair para fazer nada. Estava na cozinha e quando escutei o tiro a única coisa que fiz foi me abrigar dentro do banheiro. De lá deu para escutar um dos bandidos gritando 'está maluco? Tu quer morrer? Passa, passa, passa', e escutei depois o tiro. O anjo da guada dele (vítima) estava de prontidão hoje", disse.
Diretor do hospital disse que o refeitório estava vazio quando Deivison pediu ajuda. Ele contou que estava chegando ao local com os filhos e funcionários, e todos ajudaram a socorrer a vítima. Segundo o diretor, Deivison foi baleado fora da unidade.
"Estava chegando no Pronto Baby com meu filho e funcionários e iríamos entrar quando vimos os bandidos abordando o cara. A vítima agrediu um dos assaltantes com o capacete e saiu correndo. Escutei um tiro, vi a pistola e eles fugindo numa moto vermelha. Fui com meu filho e duas médicas para socorrê-lo. Ele já estava baleado dentro do refeitório quando chegamos e sangrava muito e estava muito nervoso. Fiz uma atadura nele e levei-o para os médicos e emergência", contou Ronald.
Reportagem do estagiário Rafael Nascimento, com supervisão de Maria Inez Magalhães