Rio - O Plano Nacional de Segurança Pública, que tem entre seus objetivos reduzir a escalada de violência no Estado do Rio, vai consumir cerca de R$ 2 bilhões até dezembro de 2018. A informação foi dada pelo Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General de Exército Sérgio Etchegoyen, em encontro com jornalistas, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), na Urca. O orçamento prevê gastos de R$ 700 milhões até o fim de 2017 e mais R$1,2 bilhão no ano que vem.
O dinheiro será usado em operações policiais e ações sociais. O plano, segundo o assessor-chefe do GSI, General de Exército Carlos Bolivar Goellner, terá um “ente de governança” para administrar os gastos. “Para que o dinheiro seja usado naquilo a que foi destinado: a Segurança Pública”, explicou o general Bolívar, afirmando que o Plano deve durar 10 anos e que caberá ao próximo governo dar continuidade ao projeto.
Etchegoyen disse que o trabalho tem três focos principais: desestabilizar as condições econômicas, desarticular as lideranças e reduzir a capacidade de ação das organizações criminosas (Orcrim).
O ministro destacou que as ações também visam prevenir a interferência das Orcrim nas eleições de 2018, citando os assassinatos de candidatos a vereador na Baixada Fluminense, nas últimas eleições. Ele voltou a afirmar que não serão feitas operações midiáticas e que as ações acontecerão de surpresa, sempre precedidas por informações da área de inteligência. “Alguém acha que é fácil fazer operação sem vazamento?”, justificou.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, também passou o dia no Rio e pediu a compreensão da sociedade durante a atuação das forças federais no estado. Ao ser questionado sobre a falta de militares nas ruas e dos recentes episódios de violência na cidade, Jungmann voltou a lembrar que os militares não assumirão o papel dos policiais.
Ele explicou que as Forças Armadas irão atuar em apoio às polícias, caso haja necessidade, no entorno das comunidades ou fazendo varreduras. Jungmann reforçou em seu discurso que manter as tropas atuando de forma permanente nas ruas do Rio de Janeiro tem um custo operacional muito alto.
“As Forças Armadas dão uma sensação de conforto, mas não é possível mantê-las permanentemente nesse nível em uma cidade do tamanho do Rio de Janeiro”. O ministro disse, ainda, que o contingente foi reforçado no Arco Metropolitano com agentes da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional, ontem pela manhã, após um caminhoneiro ser assaltado na via.
Um caminhão dos Correios também foi roubado ontem. Imagens da TV Globo flagraram o veículo, que foi levado para o Morro São João, no Engenho Novo, onde a carga foi saqueada.