Rio - O delegado-titular da 12ª DP (Copacabana), Gabriel Ferrando, já identificou e vai intimar, ainda esta semana, o homem que agrediu o sírio Mohamed Ali na semana passada, em Copacabana, como O DIA publicou quinta. O refugiado vendia salgados na Av. Nossa Senhora de Copacabana, com Rua Santa Clara, e foi impedido de ficar no local, após ataque xenófobo e, entre outras ofensas, foi chamado de homem-bomba. O homem não teve o nome divulgado.
A polícia quer saber se o homem está envolvido com a máfia de ambulantes que cobra R$ 10 mil por vaga nas ruas do bairro como publicou ontem ‘O Globo’. Ferrando abriu inquérito de extorsão para apurar as denúncias. Mas, quanto aos ataques a Mohamed, o agressor do refugiado só poderá ser investigado pelas agressões se a vítima registrar o caso.
“Tanto ameaça quanto injúria são condicionadas à representação da vítima, portanto, só posso registrar crime de ameaça se a vítima fizer o registro. Mas as denúncias de extorsão vieram à tona com o evento relacionado à agressão ao sírio. Não iremos tolerar esse tipo de conduta abusiva (...). Todos os responsáveis, caso seja confirmado esse evento, serão identificados e indiciados pelo crime de extorsão”, avisou o delegado. Mohamed e comerciantes da área serão chamados para depor.
O delegado pede que as pessoas denunciem as extorsões para a 12ª DP (2332-7914) ou Disque-Denúncia (2253-1177). O anonimato é garantido.
Em outro caso, a 12ª DP abriu inquérito de racismo e intimou participantes de manifestação no bairro, no dia 30, que exibiram cartazes com frases como “Alcorão: guia de estupros e assassinatos”, “Protejam seus filhos, o Islã chegou’, e “Islã: assassinos legalizados no Brasil’.