Por karilayn.areias

Rio - 'A vinda das Forças Armadas foi escolha do governo federal. Se fosse para eu escolher, escolheria a vinda de recursos financeiros para pagamento do Regime Adicional de Serviço (RAS)". A afirmação foi feita ontem pelo secretário de Segurança, Roberto Sá, durante audiência na Alerj.

O Ministério Público Federal avaliou que seria mais eficiente empregar o valor gasto com as tropas federais para tirar a PM do sucateamento. O pagamento de horas extras de policiais do Rio, por meio do RAS, permitia à PM ter 500 agentes a mais por dia nas ruas.

A declaração do secretário foi realizada no mesmo dia em que o Ministério da Justiça anunciou a prorrogação do efetivo de 300 agentes da Força Nacional no Rio até o final do ano. Cada policial da Força recebe uma diária que varia entre R$ 170 a R$ 224, mais o salário do seu estado de origem - o mesmo valor seria pago no RAS, que é o serviço voluntário do policial em dia de folga. Desde o final dos Jogos Olímpicos o serviço extra foi cortado devido à crise financeira.

Ainda na audiência, Sá afirmou que as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) não irão acabar enquanto ele estiver no cargo e reafirmou que o remanejamento de homens foi feito a partir de estudos do Comitê Permanente de Avaliação e Deliberação da Secretaria de Segurança.

O relatório, que O DIA divulgou em primeira mão, mostra que a polícia não consegue atuar em quase um terço do total do território das UPPs. Na UPP mais comprometida, a Nova Brasília, no Complexo do Alemão, a mobilidade dos policiais só é possível em apenas 24% da área, devido ao risco de confronto com traficantes. 

Roubo de cargas despenca 43% 

As investigações da polícia para desmantelar quadrilhas e o reforço do patrulhamento ostensivo, com forças federais e estaduais, começaram a dar resultado na redução do roubo de cargas no estado. É o que afirma o presidente da Federação do Transporte de Cargas (Fetranscarga), Eduardo Rebuzzi.

Segundo a federação, de 22 de junho a 26 de julho (antes da Operação Rio quer Segurança e Paz), foram registrados 1.041 roubos de carga. Já entre 29 de julho e 22 de agosto, o número de registros caiu para 585, redução de 43,8%. Nas rodovias federais, foram 90 em julho, e 37, em agosto. 

Rebuzzi, no entanto, se mostra reticente. “Está na hora de prender os criminosos maiores. Até agora, foram os pequenos. 

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