Rio - Uma investigação da 31ª DP (Ricardo de Albuquerque), em conjunto com a 34ª DP (Bangu), constatou que empresários das zonas Norte e Oeste, na área de Ricardo de Albuquerque e Bangu, encomendam e compram cargas que foram roubadas na Avenida Brasil e Rodovia Washington Luiz, na altura da Pavuna. Esses comerciantes também adquirem produtos com nota fiscal falsa para tentar driblar a fiscalização.
Na tarde de terça-feira, após denúncia, agentes da 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) encontraram cinco toneladas de alimentos e produtos de limpeza, avaliados em cerca de R$ 50 mil, em uma casa na Vila Vintém, em Bangu.
A mercadoria, roubada na madrugada do mesmo dia, na rua Roque Barbosa, seria repassada para lojistas da comunidade. Duas pessoas foram presas, entre elas, a dona da residência, Bárbara Tereza da Cunha, que confirmou que os produtos eram furtados.
Rubens Rodrigues da Silva, primo de Bárbara, também foi detido. Ele foi o responsável por intermediar a ida dos bandidos ao local para descarregar o material. Na casa dos acusados, a polícia ainda encontrou dois carros clonados. Um deles era usado por Rubens como táxi pirata. Para transportar a carga até a delegacia, foram utilizados sete carros e um caminhão pequeno.
A 31ª DP trabalha no caso desde junho para detectar fornecedores e receptadores dos objetos roubados. “Já identificamos e eles (os suspeitos) serão presos. Isso é questão de tempo”, contou o delegado Renato Perez. Nesse mesmo período, no ano passado, segundo a delegacia, houve uma redução de 20% nos roubos a cargas no entorno de Ricardo de Albuquerque e Bangu. “Isso é por conta da ação da Força Nacional, com o Exército, a PM e a Civil”, acrescentou.
Um levantamento do Sindicato das Empresas do Transporte de Cargas e Logística do Rio (Sindicarga) aponta a migração do roubo de carga. Antes do reforço das forças militares, os bandidos preferiam roubar no entorno da Pavuna, já que o carregamento era facilmente levado para o Complexo do Chapadão. Agora, por conta das operações na cidade do Rio, os criminosos passaram a atuar em São Gonçalo e na Baixada. “Essas áreas estão com pouco policiamento e os bandidos estão aproveitando”, afirmou o diretor do Sindicarga, coronel Venâncio de Moura.
Os empresários sindicalizados que estiverem envolvidos na investigação serão expulsos da Associação Comercial do Rio. “ São empresários fora da lei e que devem ser punidos”, declarou a presidente do órgão, Ângela Costa.