Rio - A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), ainda sem data prevista de inauguração, será implantada em 22 municípios e fará registros pela internet. Um agente especializado em atendimento a casos de intolerância ficará à postos nas delegacias do estado.
De acordo com o secretário de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos, Átila Alexandre Nunes, a Polícia Civil e o Ministério do Direitos Humanos estudam medidas para diminuir o índice de subnotificação nas ocorrências e o atendimento especializado é uma das etapas. "A vítima será atendida pelo agente que vai encaminhá-la para o responsável da Decradi", explicou o secretário.
A pessoa que considerar o registro online insuficiente, poderá receber atendimento psicossocial através de convênio entre as secretarias de Direitos Humanos e de Segurança. "Haverá um espaço mais humanizado, onde as vítimas receberão o apoio necessário", completou.
Átila acrescenta que as delegacias regionais não deixarão de cuidar de registros rotineiros. Os casos mais extremos, que fogem das competências das delegacias locais serão tratados pela Decradi. "Os ataques a terreiros, como os de Nova Iguaçu, são fenômenos de proporções imensas e consequências devastadoras".
As comissões de Combate às Discriminações, de Direitos Humanos e de Cultura da Alerj discutiram ontem, o futuro das peças do acervo de religiões de matrizes africanas, que estão encaixotadas sob a guarda da Polícia Civil. Com o nome de 'Coleção Magia Negra', os artigos foram apreendidos na Primeira República. Religiosos pediram a troca do nome da coleção, por ser ofensiva, e solicitaram um museu exclusivo para exposição das peças.
Reportagem do estagiário Matheus Ambrósio, sob supervisão de Claudio de Souza