Rio - Em seu quarto mandato na Assembleia Legislativa, Luiz Paulo (PSDB) é um dos principais opositores do governo Pezão (PMDB). O tucano integra a Comissão de Orçamento da Alerj e é tido por seus pares como um especialista no assunto.
Vice-governador na gestão de Marcello Alencar entre 1995 e 1998, Luiz Paulo opina sobre a política econômica adotada pelo Palácio Guanabara e não poupa críticas ao justificar a fragilizada oposição ao peemedebista na Alerj curiosamente PSDB e Psol, que têm ideologias totalmente opostas, são os únicos que se unem quando há votações decisivas envolvendo o governo. "Pezão faz presidencialismo de cooptação. Quem vota contra perde cargos; quem vota a favor ganha".
O DIA: Mesmo com o relatório do Tribunal de Contas do Estado recomendando por unanimidade a rejeição das contas de Pezão de 2016, a oposição não conseguiu reunir votos suficientes na Alerj. Por quê?
Luiz Paulo: O governo Pezão, como o governo Crivella e o governo Temer, praticam o presidencialismo de cooptação. A técnica é a mesma: quem vota contra perde cargos; quem vota a favor ganha. Por isso que nós fomos derrotados.
Para a eleição ao governo no ano que vem, você defende que o PSDB lance um candidato?
Sou um defensor da candidatura própria. Com duas hipóteses:.algum nome, o qual ainda não temos, que venha da sociedade e queira aceitar esse desafio. E, numa segunda opção, o (deputado estadual Carlos) Osorio, que foi uma aposta muito positiva como candidato a prefeito. Por que não lançá-lo como candidato a governador? Não sei nem se ele quer isso, mas como você me perguntou...
O plano de recuperação fiscal do estado com a União prevê a redução de isenções fiscais, mas você sustenta que a queda deveria ser ainda maior.
A redução dos benefícios fiscais será na ordem de R$ 1,38 bilhão até 2023. O total de isenções concedidas é de R$ 8,9 bilhões por ano. Acho que se pode fazer um trabalho mais intenso. As isenções hoje são muito mal fiscalizadas e muito mal controladas.
O estado alega que são essenciais para atrair empresas e movimentar a economia do estado...
Mas as isenções também trazem graves prejuízos. Estimulam aumentar a carga tributária daqueles que não têm esses benefícios, que muitas vezes acabam indo para a informalidade. As isenções fomentam a corrupção através, muitas vezes, de privilégios fiscais que não são para ser dados. O estado deveria se preocupar com a verba que tem a receber com a Lei Kandir e com a morosidade na cobrança da Dívida Ativa e dos contenciosos.