Rio - Filho do ex-governador Sérgio Cabral, o deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB) afirma que Marcelo Bretas "julga com ódio e rancor". Para ele, o juiz da Operação Lava Jato, que quarta passada condenou seu pai a 45 anos de prisão, "rasga a Constituição e o Código de Processo Penal".
Aos 26 anos, esperando para ser pai de um menino, Marco Antônio comenta a mudança na relação com os irmãos e diz que pretende se reeleger em 2018. Ao Informe, lamentou a demora do Congresso na aprovação da Reforma Política.
O DIA: Até que ponto a condenação do seu pai atrapalha os seus planos de se reeleger em 2018? A associação das imagens de pai e filho.
Marco Antônio Cabral: Eu faço o meu trabalho da melhor forma possível. As pessoas têm me reconhecido como um deputado atuante, trabalhador e correto. Eu respondo pelos meus atos.
Como você analisa a sentença de 45 anos de prisão a que seu pai foi condenado? Tem esperança de que ela seja revista ou amenizada em segunda instância?
Tenho muita esperança, porque acredito na Justiça que analisa os fatos de forma imparcial, com base nos autos do processo. Não em uma Justiça parcial, que julga com ódio e rancor, rasgando a Constituição (Federal) e o Código de Processo Penal (CPP).
Por que, na sua avaliação, a Constituição e o CPP foram rasgados?
Meu pai está em prisão preventiva há quase um ano. Qual o argumento? Ele não atrapalhou as investigações, não coagiu testemunhas, não tentou se evadir do país... Cadê o princípio da presunção de inocência? Da paridade de armas no processo? Ele tem direito de ser julgado por um juiz imparcial.
Pessoas próximas dizem que você, mesmo tendo irmãos mais velhos, assumiu o papel de chefe da família. O que mudou na sua vida após a prisão de Cabral?
O que mudou é a imensa falta que o meu pai faz no nosso dia a dia, meu e dos meus irmãos. Meu pai sempre foi muito presente e carinhoso conosco. Hoje ajudo mais na criação dos meus irmãos mais novos.
De que forma?
Sendo mais presente no dia a dia. Levando eles para passear, tentando distraí-los e conversando com eles sobre tudo isso. Estamos muito unidos e firmes.
O Congresso não chegou a um consenso sobre a Reforma Política. Na sua opinião, qual seria o melhor modelo?
Eu simpatizei com o ‘Distritão’ pois ele acabava com o puxador de legenda (efeito Tiririca), que eu acho que é uma distorção que ocorre toda eleição. Acho 27 partidos no Congresso uma aberração. Você tem hoje mais de 30 partidos no Brasil e muitos outros colhendo assinaturas (para serem oficializados). O Brasil deveria enxugar o número de partidos, que recebem recursos e tempo de televisão.