Rio - O delegado Marcos Amim, da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, foi assaltado na noite de sábado, no Méier, e perdeu um fuzil calibre 556, uma pistola, carregadores e um colete, que estavam no porta-malas do carro. O veículo foi encontrado depois do crime, vazio, perto da estrada Grajaú-Jacarepaguá.
De acordo com Amim, ele tem autorização da chefia de Polícia Civil para circular com o armamento desde que começou a receber ameaças de morte por conta da Operação Calabar, a maior ação contra a corrupção policial no Rio, ocorrida em junho. Nela, 96 policiais militares foram denunciados por corrupção, além de 70 traficantes. Amim contou que guardou as armas, pois estava acompanhado da esposa.
"Voltava do enterro do delegado Raimundo Gonçalves (que atirou na mulher e se matou depois, na última quinta) e fui pegar minha esposa, que estava na casa do meu sogro. Com ela, não ando armado. Então, guardei as armas no porta-malas", explicou.
Ainda segundo Amim, ele fez o pedido do fuzil após o contrato da Polícia Civil com uma empresa de carros blindados não ter sido renovado. "Devolvi o carro e fiz o pedido devido às ameaças", afirmou o delegado.
O policial, que também é consultor do SBT Rio, declarou que foi abordado por dois homens. Seu distintivo e a camiseta da Polícia Civil estavam no bando traseiro do carro. Ele afirmou que teve medo de ser reconhecido.
"Não deixei eles (os bandidos) me revistarem. Por isso, um deles fez um disparo. Não me acertou. Corri com a minha mulher", ressaltou. Ele deixou a mulher em um prédio e fez rondas com a PM para procurar os bandidos pela região. O delegado disse que pode reconhecer dois dos três bandidos que o assaltaram.
Em nota, a Polícia Civil informou que, mesmo com a autorização para portar o fuzil, a Corregedoria Interna da instituição irá instaurar uma Sindicância Administrativa para averiguação do caso pela forma disciplinar.